UM DESAFIO CHAMADO FAMILIA
Conversava com uma amiga e ela me contava das dificuldades de relacionamento em sua família.
Dizia-me sobre a incompatibilidade de ideias e temperamentos, que há entre ela e seus dois irmãos, restando somente uma irmã com quem entretém laços estreitos de afinidade.
Muito interessante esse assunto, eu acho. Pois eu, não tenho irmãos sou filha unica, e sempre ficou um vazio em mim, uma vontade de sentir esse amor, dito de irmão.
Adoro ver famílias que se curtem, se respeitam, e sentem imenso prazer em estar convivendo.
Tenho uma grande e querida amiga, (faz tempo que não mantemos contato fisico, mas o afeto não muda) que tem muitos irmãos, e para mim é um dos exemplos mais perfeitos de convivência alegre e prazeirosa.
Ela adora estar entre eles, e mesmo com a vinda dos cunhados e cunhadas em sua família, nada prejudicou essa harmoniosa e feliz união.
Por outro lado a grande maioria dos casos de conhecidos e amigos, o que ocorre é a dificuldade de convívio, a insatisfação e a obrigação de se reunirem, em datas específicas e "obrigatórias".
O natal é uma delas, e tenho ouvido por parte de alguns, já a lamentação e mesmo preocupação pelo encontro em família.
Semana passada em uma reunião no hospital que presto colaboração voluntária, ouvi de uma colega: "Meu Deus as festas de final de ano já estão ai, pensar em ter que almoçar com esse e com aquele, me dá arrepios."
Muito interessante a vida, quem não tem quer tanto ter. E quem tem muitas vezes, esta apenas tolerando e cumprindo um papel, sem sentir emoção boa e prazeirosa nisso.
Sem contar que há alguns que nem se sentem pertencentes ao grupo familiar que compõe.
Uma vizinha de condominio que conheço das aulas de ginástica, sempre diz: "que é uma estranha em sua família."
Por serem eles (segundo sua otica) totalmente diferentes dela em tudo, na maneira de ver a vida, de agir e pensar.
Conta ela, que se sente uma "estranha no ninho" literalmente falando.
Por tudo que observo sobre o assunto, chego a conclusão que, os laços que ligam as pessoas, são na realidade os laços espirituais, sutis eles se apresentam nas amizades que vamos conquistando pela vida afora.
Existe até um ditado" "Amigo é o irmão que escolhemos ter nessa vida"
Creio que um dos motivos para que isso ocorra, seja a falta de obrigação estabelecida.
Os amigos buscamos somente por afinidade de ideias, pela alegria de estar junto, já em família nem sempre isso ocorre.
Poderia ir mais fundo nesse texto, levantando os aspectos que envolvem afinidades e incompatibilidades de outras existências, sendo então esses fatores que contribuem para se estar agregados a uma família harmoniosa ou não.
Mas... não vou levantar aqui, essa questão, pois teria que me estender, transformando essa crônica em um artigo.
E no momento o que me levou a escrever, foi justamente a proximidade de mais um final de ano.
Sempre nesse período o desejo de pertencer a uma família composta por irmãos e irmãs, pai e mãe ainda vivos. (materialmente falando, pois vivos sei que continuam)
Bate mais forte, e repleta meu coração de uma vontade de dar e receber esse afeto tão rico, quando claro compartilhado por seres afins.
Mas como tenho absoluta certeza, que estamos no lugar certo, fazendo parte do grupo de pessoas que precisamos para realizar nosso aprendizado aqui na terra.
Sou sempre muito grata a vida, por tudo que me ofertou. A família de origem foi tão boa, e por isso sinto tanta falta por não te-los mais.
Em contrapartida a família que tive a oportunidade de formar, com meu querido e especial marido e filhos, são presentes divinos, que nem mesmo sonho se mereço ter.
Mas.... não vou aqui levantar lebre, não é mesmo ?
Já que tenho, vou acreditar que os mereço, sem questionar muito.