Crônicas de um cão Abandonado- O Inicio do Fim

Sentado em cima do muro da casa número 356, Tomas, olha atentamente nos olhos do pequeno animal. Dois olhos, duas orelhas, quatro patas, um rabo, pelos claros e era tudo que podia observar. Voltava os olhos e permanecia estático ao contato visual com aqueles grandes olhos. Sua pipa não estava assim tão longe, seria até fácil se ele corresse. Mais não conseguia desgrudar os olhos da pequena ferinha.

Era a primeira vez que sentia um olhar tão penetrante, que parecia rasgar sua nuca, levando consigo toda sua coragem de pular sobre o baixo muro e correr até sua preciosa pipa.

Deixou o corpo firmemente saltar do muro, estabacou-se no chão e se encolheu ao se assustar vendo a ferinha se aproximar. Corre! Foi a primeira coisa que pensou, e que ouviu vindo do outro lado do muro. Era a voz do Tuta, ele o espiava por um pequeno buraco no muro.

Ao se distrair não se deu conta da aproximação estardalhada do animal, nos segundos que antecediam o salto do animal sobre seu frágil corpo, sentiu o sangue congelar, viu uma luz vindo do céu, no mesmo instante começou a se despedir deste mundo olhou para cima e viu um pássaro sobrevoando a cena, no exato momento em que voltara os olhos para o céu sentiu o pastoso presente deixado pelo pássaro antes de voar para longe. Logo a luz se foi e sentiu as “pesadas” patas do cachorro sobre si.

Caiu mantendo o cachorro acima de si, derrubando também as lágrimas. A pequena fera, observando o desespero do pequeno ser que invadira eu território, aproxima o fucinho de seu refém, o menino, que de tão assustado já não tinha mais garganta para berrar pela mãe, arregalou os olhos sentindo o fuço gelado descendo de sua testa e parando em teu rosto secando tuas lágrimas. Se colocou de pé tirando o pequeno e inofensivo cachorro de cima de si. Como ele havia sido bobo, o cão solitário que habitava aquele terreno não queria morde-lo, acariciou de mansinho o pequeno animal, buscou sua pipa e a colocou a baixo do braço e abandonou o cachorro que permanecia parado, sem alguma reação ao ver o pequeno guri levando consigo sua companhia e seu brinquedo com um esboço de sorriso no rosto limpo pelas lágrimas.

simplesmente deitou-se em seu tapete velho, frustrado pois havia-se ido toda a esperança de que esta noite ela voltasse, para secar suas lágrimas, ou melhor, não permitir que elas caíssem.

Bergmann
Enviado por Bergmann em 02/11/2010
Reeditado em 02/11/2010
Código do texto: T2593146
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