Depressão: mal do corpo ou da alma?
A depressão é uma disfunção biológica e isto a ciência já provou. Não sou especialista neste assunto, mas acredito na ciência, no entanto, todos nós somos dotados de razão e do universo das emoções, e é este universo que me leva à seguinte questão: não teria a depressão, algo a ver com a falta de espiritualização das pessoas?
Os escritos sagrados nos chamam a atenção para a importância de "conhecermos a nós mesmos". A psicologia e a psicanálise estão aí pra isso. E o que eu percebo, apesar do meu pouco conhecimento no assunto, é que uma coisa, ou a falta dela, leva à outra. Pois quando nos conhecemos, ou procuramos por isso, acabamos por nos colocar em contato com uma força maior, que geralmente nos proporciona respostas às perguntas que tanto nos fazemos no nosso dia-a-dia, e que ficaram sem respostas. É quando concluo que a depressão, é justamente esta falta de respostas a estas nossas indagações a respeito da vida, da razão de nossas angústias, de nossa ansiedade, de nossa missão, de nossas responsabilidades.
Quando damos atenção e ouvimos a nossa voz interior com verdadeiro interesse, mesmo que não queiramos, acabamos por nos encontrar e ouvir a nós mesmos. É quando chegamos à conclusão de questões íntimas fundamentais para nosso conhecimento, pois tudo o que somos, fomos ou seremos, está dentro de nós mesmos, ao nosso alcance, bastando que nos disponhamos a alcançar este tesouro que em nós existe e que nos faz ser únicos.
Há tanta procura por bens materiais que não nos preenchem, não nos fazem realmente felizes e realizados, enquanto existe toda uma riqueza dentro de nós que não damos a menor importância, e que por isso nos vemos angustiados, ansiosos por algo que nem mesmo sabemos o que seja, pois com certeza, não é nada palpável.
A felicidade não pesa, não desbota, não envelhece e nem sai de moda.
Temos em nosso interior uma fonte inesgotável de amor, generosidade, altruísmo, que podemos dispor de forma a nos preencher os dias e as noites, tornando-nos mais humanos e mais empáticos, e dessa forma, preenchidos espiritualmente num nível tal de excelência, que jamais, jamais, força negativa nenhuma, nos arrastará para este despenhadeiro chamado ócio, irmão inseparável da depressão.