COMER, REZAR E AMAR
Depois de uma longa data sem ir ao cinema, fui hoje reviver a magia da sala negra e seu layout anfiteatro. Diga-se de passagem minha primeira ida ao cinema de Passos (MG) após mais de três anos de residência. Comer, rezar e amar (re)estreiou-me na telona. Não sou nenhum critico de cinema, não tenho conhecimento técnico e cientifico da sétima arte, sou apenas um degustador de filmes, degusto-os com a alma e o coração. Deixo juntos a sensibilidade e a razão me guiarem. A primeira para alimentar a alma e a segunda para ver sentido em cada imagem e som na construção da obra como um todo que nos toca.
Comer, rezar e amar mostrou-me que é preciso estar bem consigo mesmo para perceber que a felicidade almejada por todo mortal esta dentro de nós, que Deus fonte de todas as coisas esta em nós, em nossas atitudes e pensamentos. Que sua busca no exterior deve estar em consonância com nosso interior. De nada adiantas os grandes sacrifícios, as grandes teorias, dogmas e modalidades espirituais se nossa casa interior estiver em desarmonia. Encontrar Deus é encontrar a felicidade na relação com as pessoas, fazê-las felizes, ser-lhes apoio e presença. Encontrar Deus na felicidade em viver, em degustar uma boa massa, em beber um bom vinho com amigos, em apreciar a natureza. Ser feliz nas pequenas coisas da vida, de nossa vida cotidiana. Sermos felizes é o sonho de Deus, e sendo felizes fazemos os outros felizes e realizamos nossa missão nesta ciranda da vida.
Encantar-se eis a primeira atitude para a felicidade. Encantar-se tal qual a criança a descobrir o mundo a sua volta. Ter olhos de criança é sempre ver nas coisas mais simples e talvez até banais do dia-a-dia um despertar para o encantamento. Ficamos velhos e desgostosos de nossa vida quando nossos olhos insistem em não ver o mundo sob uma ótica infantil e de encantamento.
Nos tempos do excesso de informação e da exigência avassaladora do conhecimento e aprendizado as coisas que realmente nos fazem felizes são de tão simples esquecidas. Que Deus nos conceda a graça de ver o mundo pelos olhos da criança que jamais deixamos de ser. Que comer seja com calma, com gosto e em boa companhia. Que rezar seja um hábito de um simples mais profundo diálogo com Deus e que amar seja nossa missão realizada com espontânea gratuidade.