AINDA NÃO FOI DESTA VEZ


Em 2001, quando Luís Inácio “Lula” da Silva foi eleito presidente da república pela primeira vez, fez um discurso emocionado para uma platéia ainda um tanto surpresa com sua vitória. Já era um Lula carismático, porém uma boa parcela da população brasileira não acreditava que ele fosse capaz de chegar ao final do primeiro mandato (2002-2006). Os argumentos eram os mais variados possíveis, desde a sua incapacidade total para o cargo mais importante do país até um provável golpe a ser dado pelos militares que não o aceitariam como presidente do Brasil. Rolou muita fantasia na época.
 
            Pois bem, ele não só terminou seu primeiro mandato com uma avaliação surpreendentemente boa como também foi reeleito para mais quatro anos (2007-2010). Nas eleições de 2002 ele derrotou o mesmo José Serra de agora e nas de 2006 o derrotado por Lula foi o também tucano Geraldo Alckmin. Quer dizer, Lula (e apenas ele) já derrotou o PSDB em suas pretensões presidenciais por três vezes, sendo agora reeleito para seu terceiro mandato. Ou alguém duvida de que quem vai governar o Brasil é ele e o PT e não a Sra. Dilma? E tenho a impressão de que os tucanos ainda não aprenderam a lição. Penso que se o candidato pelo PSDB fosse o mineiro Aécio Neves as chances de vitória seriam muito mais significativas. Mas, na política acontecem coisas que até Deus não entende. E o resultado aí está. Mais quatro (ou oito) anos de governo Lula. E com os medalhões do partido voltando à cena política.
 
            Existem muitas dúvidas e até alguns medos com relação à eleição de Dilma Roussef. Já se fala em golpe do governo petista, desaceleração da economia, quebra de relações diplomáticas com alguns países, a proibição de entrar nos Estados Unidos enfraquecendo assim a relação entre os dois países. Fala-se também que será apenas uma simples marionete de Lula e do PT, pelo menos enquanto tiver saúde para manter-se no cargo. Por enquanto, é tudo especulação e terrorismo, e acredito que não devamos nos comportar como peru em véspera de Natal. Como aquela frase que diz assim: “Passei metade da minha vida com medo de coisas que nunca aconteceram”.
 
            Voltando ao discurso de Lula logo após sua vitória para a presidência em 2002, disse ele: “A esperança venceu o medo!”. Foi bonito e emocionante e, naquele instante, creio que conquistou a confiança e a simpatia de boa parcela da população. Os anos foram se sobrepondo uns aos outros, episódios muito estranhos foram acontecendo, teve até dança no congresso comemorando falcatruas, até que muitos começaram a temer (sem alusão ao vice-presidente eleito) o que poderia estar vindo por aí. Principalmente depois que o José Dirceu disse em uma palestra em Minas Gerais que a liberdade de imprensa estava muito grande e que se tornava necessário um recrudescimento dessa liberdade. A partir daí seria o caos.
 
            Até o finalzinho eu acreditava que, agora, ao contrário de 2002, o medo iria vencer a esperança. Ainda não foi desta vez.
 
 
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Arnaldo Agria Huss
Enviado por Arnaldo Agria Huss em 01/11/2010
Reeditado em 01/11/2010
Código do texto: T2591477
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