LULA: O DEDO DE DEUS.

 

Dormi 31 e acordei 13. Peito lavado, alma ensaboada, vejo o país dando lições de democracia. Dormi 31 e acordei com o sentimento de que somos contra o aborto, mas não defendemos sua criminalização; dormi 31 e acordei com a certeza de que alguns padres e pastores que querem tomar o lugar de Deus, foram por ELE vencidos, tal qual Saulo de Tarso quando ainda era descrente; dormi 31 e acordei feliz quando vemos que as minorias, notadamente homo afetivas, já são vistas com um certo respeito e que não servem mais para uso político em tempo de eleição, da mesma forma que as mulheres, os negros, os praticantes de diversos credos religiosos; dormi 31 e acordei com vontade de ser um passarinho para ver a cara do MALA – aquele Silas que persegue os gays se dizendo pastor! Dormi 31 e acordei  querendo não ser aquela “bolinha de papel” que, injustamente foi usada (como os gays, negros, mulheres?) sem direito de defesa, para angariar votos “serrados”, como que prenunciando a derrota das urnas; dormi 31 e acordei dando “Bom DILMA” e com a certeza de que em Pernambuco poucos dançarão forró pé de “serra”, mas pé de Dilma; dormi 31 e acordei com a certeza de que nós, pernambucanos, temos mais um motivo para permanecermos bairristas, pois LULA, o maior presidente do Brasil é daqui, é da terra, é da luta, é da guerra; dormi 31 e acordei com a consolidação da nossa democracia. Durante sua história, é a primeira vez que se passa a faixa de Presidente da República a um candidato escolhido pelo povo, por três vezes consecutivas. Melhor: a uma candidata!

Dormi 31 e acordei 13. Treze é dia de santa luz, Santa Luzia. Luz pra todos, por todos os paradigmas quebrados acerca do saber – luz maior que o nosso Lula conduziu sem nunca ter, sequer, cursado uma graduação superior por correspondência. Reflito: as pessoas nascem para o que são! Se eu não acreditasse na doutrina espírita, começaria a me por em dúvidas neste sentido, pois não vejo Lula sem essa predestinação. Olhamos em volta e estamos cercados de doutores diplomados, pós-graduados, mestres e doutores, mas que, no geral, nada fazem pelo outro, pelo próximo mais próximo. A lição agora sabemos de cor. Distante de endeusamentos ao nosso PRESIGENTE, compraz-nos a certeza de que ele é uma pessoa comum, cujo diferencial é o carisma, o sentimento do mundo, o respeito pelas pessoas e o dedo de Deus, completando o mindinho que lhe falta. Certamente que eu gostaria que ele fosse diplomado como FHC, eu, você e tantos outros. Isto eu pensaria se ele ainda não tivesse sido presidente. Agora, não! Porque senão Deus perderia o seu lugar.

Embaixo das cobertas,neste primeiro dia de novembro,  imagino como deve ser duro para as elites se verem e se sentirem alijadas do poder que tanto lhes alimenta. E o que é pior: por um homem plebeu, nordestino, filho de pais separados, retirante da seca, metalúrgico, analfabeto (como dizem), e com todos os males a ele atribuídos pelo fato de ser pobre e, acima de tudo, nordestino. A dinastia lulista está aí. Parece mesmo que Deus escreve certo por linhas tortas, enquanto eu como torta com caldo de cana gelado comemorando a eleição de Dilma.