acaso x coincidencia x destino

Impressionante a questão acaso x coincidência x destino

Estar no lugar certo na hora certa.

Hoje foi um dia atípico. Eleição no meu país. Claro que não quero escrever sobre isso. Não sou das mais politizadas pessoas. O exercício da cidadania me faz sentir importante, mas não me engabela de todo.

Gostamos das mesmas coisas: fotografia, livros, gostamos de ficar de bobeira conversando e rindo ao acaso (ops, ainda não entremos na briga acaso x coincidência x destino), a reciprocidade de sentimentos também é a mesma (estes ítens, não necessariamente nessa ordem),enfim: sabe a corda e a caçamba( claro que a caçamba sou eu), a outra banda do jarro, romeu e julieta, goiabada e queijo? Somos nós.

Que diabos tem isso a ver com acaso x coincidência x destino?

Por vezes sem conta discutimos isso em rodas de amigos, debates acalorados nas salas de aula e mesas de bar. Aí, vem um cara que pensa saber tudo (extremamente embriagado), desenrola seu cordel de frases feitas e dá a conversa por encerrada, onde o que há de melhor na mesa é o líquido de teor alcoólico. Assim, a maioria das pessoas empurra com a barriga uma conversa que aparentemente não passa de considerações filosóficas e pouco se dá, se nessa mesa de bar, tem espaço para filosofia, porque "por acaso", não foi lá que eu te conheci.

Nem por "ironia do destino" (já que nem em um nem em outro eu te encontrei), porque destino, segundo o dicionario "é sina". Estás fadado a viver com este estigma para o resto da vida, onde a certeza única que se tem é que se morre um dia porque estás vivo. Mas se o destino é a morte, por que existe o acaso? Se um "ser" ou entidade, marca num livro que tu vais morrer porque este é teu destino, por que cargas d'água, existe o acaso? Um acaba invalidando o outro.

Partindo da eliminação do acaso pelo destino (1 x 0 pro destino), onde se encaixa a coincidência? Aquele episódio que aparece não sei de onde que te faz crer que uma inciência co-existiu simultaneamente ou através de uma série de fatores? Ora, se existiu, por uma série de fatores uma co-incidência, o acaso renasce das cinzas como a fênix um dia morta (ops, acaso 1 x 1 destino).

Refeito então, o acaso derruba por terra o fardo que temos que carregar que se chama destino. Fardo este que apregoa que uma pessoa não está apta a escolher seus caminhos. Então, por uma série de co-incidências surge em tua vida outra pessoa, que te lembra o quanto estar vivo é importante e que queima as páginas do tal livro que uma certa entidade escreveu a teu respeito.

Voltamos à estaca zero, parece até aquela anedota de quem veio primeiro: "o ovo ou a galinha". A coincidência, o acaso ou o destino?

Se o acaso é o que gera a coincidência que só acontece se o destino (o tal fado- fardo-sina) assim o permitir, mais uma vez o destino ganha (destino 2 x 1 acaso ou coincidencia. Aff!)

Intermitente e interminavelmente a discussão é um problema sem solução. Eu, só concordo com a parte do fado que diz que eu , com certeza, vou morrer um dia, porque isso é um fato. De resto, destino pra mim é exatamente o oposto de sua definição. Destino pra mim é o que EU vou escrever com minhas próprias mãos e os garranchos que alguns teimam em chamar de caligrafia.

É estar no local certo na hora certa sem depender de casualidade ou co-icidência, porque foi na insistência que eu te conheci e te amei e te amo.

Assim como a foto que retrata o momento na hora certa e que ficará para a posteridade. Assim como as eleições que acabaram e a história do meu país que acaba de mudar pelo exercício da cidadania, as profundas indagações a respeito de acaso x destino x coincidência (não necessariamente nessa ordem), acontecem porque somos livres. Livres para escolhas e livres em opções. Viva as opções e o rumo delas!!

Apenas viva.

Kátia Santvs
Enviado por Kátia Santvs em 31/10/2010
Código do texto: T2589260