O Clima e as dores do planeta

Só não observa as mudanças drásticas no clima do planeta quem não quer ou não deseja, frente aos interesses pessoais ou a outros também impróprios. A cada dia que passa podemos observar os estragos alarmantes de que a Terra tem sido vítima. O nosso Rio Amazonas dá sinais claros de agonia, ao lado do Rio Negro e do Solimões. Não sei mais o que será necessário acontecer para que nossas autoridades constituídas possam agir, definitivamente, em favor do planeta e acabar esse drama horrível por que passa a sociedade como um todo. Não há mais qualquer tempo para inércia.

Eu sinto como se nós homens estivéssemos de um lado e o planeta do outro, feito dois gladiadores interessados cada um no aniquilamento do outro. É como se estivesse faltando sintonia de interesses ou coisa parecida. Pode não! O planeta é o nosso bioma sagrado. Sem ele nada seremos.

Tem-se falado bastante em efeito estufa recentemente. O efeito estufa é a forma que a Terra tem para manter sua temperatura constante. A atmosfera é altamente transparente à luz solar, porém cerca de 40% da radiação que recebemos vai ser refletida de novo para o espaço, ficando os outros 60% retidos na Terra. Isto se deve principalmente ao efeito sobre os raios infravermelhos de gases como o dióxido de carbono, metano, óxidos de azoto e ozônio presentes na atmosfera (eles são menos que 1% desta), que vão reter esta radiação na Terra, permitindo-nos assistir ao efeito calorífico dos mesmos.

Nos últimos anos, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera tem aumentado ao redor de 0,4% ao ano. Esse aumento se deve à utilização do petróleo, gás e carvão e à destruição das nossas florestas tropicais. A estabilização das concentrações atmosféricas dos gases com efeito de estufa exige um esforço concertado de todos os governos, empresas e dos indivíduos que representam a sociedade organizada como um todo, e passa pelo aumento da eficiência energética, pela utilização de tecnologias mais limpas e por alterações de comportamentos, no sentido de uma utilização mais racional e justa da energia.

As chances de que um novo acordo legal sobre mudança climática seja concluído até o final deste ano são pequenas, como afirmou recentemente o secretário-executivo para mudança climática da Organização das Nações Unidas (ONU), Yvo de Boer. Ele fez suas afirmações durante a primeira reunião da ONU para discutir o assunto desde o encontro de Copenhague, em dezembro. Segundo ele, houve acordo sobre o processo de negociação, mas ainda existem grandes divisões entre as nações. Apesar de acreditar que as chances são pequenas, o secretário afirmou que a ONU vai trabalhar com empenho para que se chegue a um tratado obrigatório, com valor legal. Aí, sim, acredito, teremos uma efetividade no que hoje apenas se cogita em fazer.

Os estudos científicos têm mostrado que as promessas feitas na reunião do clima realizada em Copenhague têm pouca probabilidade de conseguir manter a média global de aumento de temperatura abaixo dos 2ºC. Isso é o que mais nos preocupa. Há de fazer-se ainda mais para que possamos entregar o planeta aos nossos sucessores, nossos filhos e netos, com valores fartos de habitabilidade. Esse é o nosso maior compromisso na atualidade.