Botox na alma
Li que um grupo de alunos da Universidade Estadual de São Paulo organizou uma competição batizada de “rodeio das gordas”, cujo objetivo era o ataque às colegas obesas durante um evento esportivo com cerca de 15 mil universitários.
Os nossos futuros profissionais se organizaram através de uma comunidade do Orkut com regras pré-estabelecidas para o ataque: o “peão” se aproximaria das mais gordas e as agarraria como nas arenas. Em competições futuras, essas performances seriam premiadas: aquele que ficasse mais tempo em cima das meninas ganharia uma caneca e um abadá.
Uso muito uma frase do Padre Zezinho quando participo de encontros com pais: “Há muitos jovens vazios, porque há poucos adultos transbordando.”.
Que formação tiveram esses universitários nas suas famílias? Estamos falando de uma elite que freqüenta uma Universidade Estadual - já que sabemos que pobre vai mesmo para as particulares.
Estar acima do peso padrão estabelecido pela sociedade de “normais” não é politicamente correto.
Leio, hoje, que o Conselho do MEC quer censurar Monteiro Lobato. Segundo a coordenadora de ações afirmativas da UFMG, o livro “Caçadas de Pedrinho” é preconceituoso com Tia Nastácia. Um historiador afirma que a recomendação para não distribuir “Caçadas de Pedrinho” é fruto de uma interpretação politicamente correta.
Ora, todos nós sabemos que Lobato reproduzia uma sociedade da época, onde empregados eram negros e que expressões usadas naquele período eram de uso corriqueiro na sociedade.
O que é então o politicamente correto?
A caça às gordas?
Os dólares na cueca?
Um deputado federal eleito (que deverá elaborar leis e fiscalizar atos do Poder Executivo) pedir “auxílio” a mulher para redigir um texto para provar que sabe escrever?
Será que esse mesmo conselho foi que indicou o filme “Lula, o filho do Brasil” para concorrer ao Oscar como filme estrangeiro?
Millôr Fernandes é que tem razão quando afirma com seu constante bom humor: “Tanta plástica no rosto, no seio, na bunda e ninguém aí pra inventar uma plástica no caráter”.
É disso que nossa sociedade precisa: botox na alma.
Li que um grupo de alunos da Universidade Estadual de São Paulo organizou uma competição batizada de “rodeio das gordas”, cujo objetivo era o ataque às colegas obesas durante um evento esportivo com cerca de 15 mil universitários.
Os nossos futuros profissionais se organizaram através de uma comunidade do Orkut com regras pré-estabelecidas para o ataque: o “peão” se aproximaria das mais gordas e as agarraria como nas arenas. Em competições futuras, essas performances seriam premiadas: aquele que ficasse mais tempo em cima das meninas ganharia uma caneca e um abadá.
Uso muito uma frase do Padre Zezinho quando participo de encontros com pais: “Há muitos jovens vazios, porque há poucos adultos transbordando.”.
Que formação tiveram esses universitários nas suas famílias? Estamos falando de uma elite que freqüenta uma Universidade Estadual - já que sabemos que pobre vai mesmo para as particulares.
Estar acima do peso padrão estabelecido pela sociedade de “normais” não é politicamente correto.
Leio, hoje, que o Conselho do MEC quer censurar Monteiro Lobato. Segundo a coordenadora de ações afirmativas da UFMG, o livro “Caçadas de Pedrinho” é preconceituoso com Tia Nastácia. Um historiador afirma que a recomendação para não distribuir “Caçadas de Pedrinho” é fruto de uma interpretação politicamente correta.
Ora, todos nós sabemos que Lobato reproduzia uma sociedade da época, onde empregados eram negros e que expressões usadas naquele período eram de uso corriqueiro na sociedade.
O que é então o politicamente correto?
A caça às gordas?
Os dólares na cueca?
Um deputado federal eleito (que deverá elaborar leis e fiscalizar atos do Poder Executivo) pedir “auxílio” a mulher para redigir um texto para provar que sabe escrever?
Será que esse mesmo conselho foi que indicou o filme “Lula, o filho do Brasil” para concorrer ao Oscar como filme estrangeiro?
Millôr Fernandes é que tem razão quando afirma com seu constante bom humor: “Tanta plástica no rosto, no seio, na bunda e ninguém aí pra inventar uma plástica no caráter”.
É disso que nossa sociedade precisa: botox na alma.