Homens e homens !

Homens e homens !

Recebi hoje um e-mail divulgando uma carta escrita por uma médica ao presidente.

Como costumo fazer (antes de repassar) fui confirmar as informações e constatei

que a médica em questão é um personagem, não existe na vida real. Ocorre que a tal carta está recheada de verdades, verdades tão contundentes que me fizeram refletir sobre COMO chegamos onde estamos. Explico melhor: um dos pontos batidos por ela, é o fato do presidente tanto alardear que veio de uma família simples, pais pobres, mãe analfabeta. Emendando a isso a sua baixa escolaridade, como se uma coisa necessariamente tivesse que estar presa a outra. Detalhe: milhares, milhões de brasileiros nascidos em idênticas circunstâncias/famílias, com esforço, dedicação, galgaram altos postos, se graduaram, fizeram pós ... E ele, que é “simplesmente” o presidente não encontrou nenhuma oportunidade nesse tempo todo de aproveitar para

melhorar/crescer intelectualmente. Sem dúvida ele tem uma vasta bagagem que suas funções, atuais e anteriores lhe agregam. Certamente até, em muitos aspectos,

muitíssimo além do que aprenderia em bancos escolares. Não, não estou aqui colocando em xeque os conhecimentos do presidente. Nem teria condições para isso.

O que questiono é como nós brasileiros “letrados” permitimos (votamos! Eu votei!) que alguém nessas condições nos represente. Como aceitamos um líder que nos dá (a nós e a nossos filhos) tão mal exemplo. Que muitas vezes, em seus discursos disparatados nos envergonha. Como ?

É inevitável lembrar de meu pai e fazer comparações. Metalúrgico também, homem honrado e inteligente (fazia qualquer cálculo matemático sem conhecer fórmula nenhuma pois só havia freqüentado o 1. ano primário) andou praticamente a vida toda de bicicleta (o 1. carro comprou após a aposentadoria), teve 7 filhos e os queria estudados ; sentava comigo num banco de madeira e juntos líamos jornal velho que vinha de embrulho. Disso se orgulhava: da filha estudiosa, NUNCA de não ter conseguido estudar, pelo contrário. E dizia sempre:“um homem deve honrar seu bigode”, a honestidade precisa fazer parte das nossas vidas.. de nada vale o dinheiro se ele não foi honestamente conquistado. E na única vez que um irmão meu, na época com 7, 8 anos fez algo que não estava dentro dos princípios que ele queria nos legar, pegou o filho pela mão e levou até a pessoa “lesada” para que se desculpasse e fazendo-o ver o “errado”, fez-lhe prometer jamais agir novamente assim.

Mais uma vez penso: não dá para generalizar. Existem metalúrgicos e metalúrgicos, pais e pais, homens e homens.