O ZECA VOLTOU...
O Zeca voltou aos céus. Anjos não morrem, retornam pra casa.
Só hoje tomei conhecimento de que faleceu em 16 de outubro de 2010, aos 90 anos, o psiquiatra JOSÉ ANGELO GAIARSA, o meu querido ZECA, de tantos e tantos beijos e risadas magnéticas e virtuais.
Lamento a morte e, principalmente, celebro a vida e o legado desse homem ímpar. Não tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente, mas a ele devo muito, inclusive minha estréia nesta fantástica aventura que é escrever.
Mais uma vez e para sempre, o meu carinho e minha gratidão.
OBRIGADA, ZECA!
* Texto publicado no RL em 24.08.2009, reeditado em 26.07.2010 para publicação no JORNAL DO JAGUAR- Jaguarão/RS.
Ontem não resisti, levei para cama três dos meus amores e um vinho, receita perfeita para atrair bons sonhos e acordar sorrindo...
O Chico Buarque cantou baixinho no meu ouvido... No MP3, é claro!
Do Mário Quintana, tive a doçura dos poemas e acabei jogando fora a casca dourada das horas.
Já era alta madrugada quando pude me dedicar ao meu grande amor - O Zeca - para quem o ama.
Comigo foi amor à primeira vista. Naquele dia, muita gente interessante frequentava a Livraria do Globo, mas ao vê-lo, não pude mais desviar o olhar. Atração instantânea e magnética, coisas de primeiro encontro.
Depois, irremediavelmente apaixonada, vivemos muitas aventuras, com direito a friozinho na barriga e sobressaltos.
No começo era namoro adolescente, escondido. Não era certo ler aqueles livros, mamãe não queria saber deles lá em casa. Não se enganem, nunca fui boazinha, mas também nunca disse que era. E, sem vergonha nenhuma, enganei mamãe e dei muitos apertos no Zeca. Nas noites frias sufocava-o entre os cobertores para escondê-lo. Nas quentes, empurrava-o para baixo da cama com pressa e sem afagos.
A vigilância era intensa e feroz: apaga a luz e vá dormir já!
O pecado era o adiantado da hora, logo suspeitavam que a leitura não fosse apropriada para moças direitas. Coitadas das moças direitas! Creio que seriam tão mais felizes se fossem tortas, se pudessem ler o Zeca...
Amor que é amor até esfria, mas não morre. Andamos meio afastados, mas cada vez que pintava um problema, eu voltava ao colo dele, que sempre me acolhia com sabedoria e reacendia minha paixão.
Outros tempos, já não precisava namorar escondido, deixei-o frequentar o meu quarto. Outros amores juntaram-se a ele na estante. Ainda bem que o Zeca nunca apregoou a monogamia.
Nunca deixei de amá-lo, mas confesso que em tempos de paz ficava meio esquecido.
Depois de muitos anos achei o site dele na internet.
Explodi de paixão novamente e escrevi um comentário muito simples e sincero. Foi com surpresa que recebi um email carinhoso e simpático, agradecendo o elogio.
E eu tinha escrito só duas linhazinhas! Nem tinha declarado toda minha paixão...
Não resisti, aliás, nem tentei, repliquei com um e-mail grandão e apaixonado.
E ele respondeu. E respondeu... E respondeu!
Trocamos muitas mensagens, foi uma verdadeira terapia via email e dele recebi uma genial e mágica sugestão: escreva um livro.
Ele, na sua abençoada sabedoria, acabava de apresentar-me a um universo completamente novo e apaixonante. Paixão é vida, desapaixonada começo a morrer.
Grande e sempre sábio Zeca! Um homem muito à frente do seu tempo, um gênio.
Todo o meu respeito, minha admiração e gratidão ao Dr. José Ângelo Gaiarsa, psiquiatra com mais de meio século de experiência, escritor com cerca de 30 livros publicados, palestrante de sucesso, especialista em comportamento humano, aborda temas como família, sexualidade e relacionamentos amorosos.
Extremamente simpático, rejeita o tratamento formal e impõe: ZECA, pra quem me ama.
É impossível não amá-lo. Ninguém influenciou tanto e de forma tão positiva minha forma de pensar. Ninguém colaborou mais do que esse atencioso e divertido garotão de 89 anos para tornar-me o que sou.
E foi assim que comecei a escrever...
Obrigada, Zeca!
O Zeca voltou aos céus. Anjos não morrem, retornam pra casa.
Só hoje tomei conhecimento de que faleceu em 16 de outubro de 2010, aos 90 anos, o psiquiatra JOSÉ ANGELO GAIARSA, o meu querido ZECA, de tantos e tantos beijos e risadas magnéticas e virtuais.
Lamento a morte e, principalmente, celebro a vida e o legado desse homem ímpar. Não tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente, mas a ele devo muito, inclusive minha estréia nesta fantástica aventura que é escrever.
Mais uma vez e para sempre, o meu carinho e minha gratidão.
OBRIGADA, ZECA!
* Texto publicado no RL em 24.08.2009, reeditado em 26.07.2010 para publicação no JORNAL DO JAGUAR- Jaguarão/RS.
Ontem não resisti, levei para cama três dos meus amores e um vinho, receita perfeita para atrair bons sonhos e acordar sorrindo...
O Chico Buarque cantou baixinho no meu ouvido... No MP3, é claro!
Do Mário Quintana, tive a doçura dos poemas e acabei jogando fora a casca dourada das horas.
Já era alta madrugada quando pude me dedicar ao meu grande amor - O Zeca - para quem o ama.
Comigo foi amor à primeira vista. Naquele dia, muita gente interessante frequentava a Livraria do Globo, mas ao vê-lo, não pude mais desviar o olhar. Atração instantânea e magnética, coisas de primeiro encontro.
Depois, irremediavelmente apaixonada, vivemos muitas aventuras, com direito a friozinho na barriga e sobressaltos.
No começo era namoro adolescente, escondido. Não era certo ler aqueles livros, mamãe não queria saber deles lá em casa. Não se enganem, nunca fui boazinha, mas também nunca disse que era. E, sem vergonha nenhuma, enganei mamãe e dei muitos apertos no Zeca. Nas noites frias sufocava-o entre os cobertores para escondê-lo. Nas quentes, empurrava-o para baixo da cama com pressa e sem afagos.
A vigilância era intensa e feroz: apaga a luz e vá dormir já!
O pecado era o adiantado da hora, logo suspeitavam que a leitura não fosse apropriada para moças direitas. Coitadas das moças direitas! Creio que seriam tão mais felizes se fossem tortas, se pudessem ler o Zeca...
Amor que é amor até esfria, mas não morre. Andamos meio afastados, mas cada vez que pintava um problema, eu voltava ao colo dele, que sempre me acolhia com sabedoria e reacendia minha paixão.
Outros tempos, já não precisava namorar escondido, deixei-o frequentar o meu quarto. Outros amores juntaram-se a ele na estante. Ainda bem que o Zeca nunca apregoou a monogamia.
Nunca deixei de amá-lo, mas confesso que em tempos de paz ficava meio esquecido.
Depois de muitos anos achei o site dele na internet.
Explodi de paixão novamente e escrevi um comentário muito simples e sincero. Foi com surpresa que recebi um email carinhoso e simpático, agradecendo o elogio.
E eu tinha escrito só duas linhazinhas! Nem tinha declarado toda minha paixão...
Não resisti, aliás, nem tentei, repliquei com um e-mail grandão e apaixonado.
E ele respondeu. E respondeu... E respondeu!
Trocamos muitas mensagens, foi uma verdadeira terapia via email e dele recebi uma genial e mágica sugestão: escreva um livro.
Ele, na sua abençoada sabedoria, acabava de apresentar-me a um universo completamente novo e apaixonante. Paixão é vida, desapaixonada começo a morrer.
Grande e sempre sábio Zeca! Um homem muito à frente do seu tempo, um gênio.
Todo o meu respeito, minha admiração e gratidão ao Dr. José Ângelo Gaiarsa, psiquiatra com mais de meio século de experiência, escritor com cerca de 30 livros publicados, palestrante de sucesso, especialista em comportamento humano, aborda temas como família, sexualidade e relacionamentos amorosos.
Extremamente simpático, rejeita o tratamento formal e impõe: ZECA, pra quem me ama.
É impossível não amá-lo. Ninguém influenciou tanto e de forma tão positiva minha forma de pensar. Ninguém colaborou mais do que esse atencioso e divertido garotão de 89 anos para tornar-me o que sou.
E foi assim que comecei a escrever...
Obrigada, Zeca!