Odefunto era mais pesado.
O defunto era mais pesado
Lino
O Lino tinha uma Funerária na cidade, que não só, vendia caixão, mas também preparava o “dito cujo “para a viagem final. Assim, o defunto saia de seu estabelecimento preparadinho, bonitinho e produzido, com flor, terno e tudo para a moradia final. O transporte era feito por uma carreta movida a força humana que levava os defuntos para a capela que ficava lá em cima do morro próximo ao cemitério da cidade. Alguma vezes, o caixão não era conduzido na carreta porque ficava mais caro o transporte e a família dona do defunto, preferia carregá-lo pelas alças. Mas mesmo assim, o invólucro era fornecido pelo Lino, porque ele vencia qualquer concorrência. Na ânsia de ganhar muito dinheiro, os materiais usados nem sempre conferiam qualidade e assim, tudo podia acontecer quando o morto era mais pesado.
Falecia um senhor lá na Vila do Sul. Um defunto mais gordinho, que naturalmente, pesava um pouco mais. O cortejo, não com tanta gente, seguia em direção ao cemitério; tudo parecia normal até que então aconteceu o pior. O peso do defunto rompeu o fundo do caixão e o “dito cujo” caiu no meio da rua. Foi uma algazarra e um bafafá danado.
A família julgando-se prejudicada, processou o Lino por danos morais e materiais. A partir daí ,nosso comerciante precisou reformular seu negócio a fim de reconquistar a freguesia local.