Operação Odessa - O mal iria continuar!
De todas as histórias imundas que eu conheço dos nazistas facínoras as que mais de dão nojo são as que mostram clérigos católicos apostólicos romanos ajudando os que tentaram dizimar qualquer outra raça, salvo a sua própria, da face da terra. Quando eu começo a escrever sobre tais coisas, já imagino a enxurrada de mensagens que chegarão dizendo que eu sou judeu e das outras sugerindo para mim a excomunhão como pena por esta suposta blasfêmia e heresia. Minha resposta eu deixo antecipadamente: - Os que assim pensam ainda são aliados dos pensamentos de Hitler!
Quando eu conheci a Alemanha, décadas depois do final da guerra, ainda foi possível enxergar, sobretudo em Berlim, os traços de horrores causados pela nefasta movimentação nazista naquela nação; um ferimento tão medonho que até hoje ainda se pode ouvir a estigma da maldade germânica sobre alguns povos como judeus, negros e minorias; em parte muitos destes mitos há pontos de razão, pois ainda não conseguimos exterminar o ideal fascista que contaminou gerações do pós-guerra e sobrevive até os dias atuais, não só em outros países, como ainda sobrevive no dia-a-dia alemão.
É óbvio que não podemos taxar todo alemão de nazista, mas se ainda há simpatizantes e grupos formados categoricamente adoradores de Hitler em lugares néscios como a Argentina e Paraguai, porque descartar a possibilidade de os filhos da suástica ter sobrevivido na Alemanha moderna?
Um mal nunca é completamente erradicado, mesmo que “cortemos pelas raízes” os ideais, um mal da dimensão do nazismo jamais será completamente desarraigado. Morreram os avôs e ficaram os pais, que passaram a imundice através de filhos e netos e seus admiradores podem até não ostentar a Cruz de Ferro no peito, mas o fato de negar o holocausto, como o iraniano Ahmadinejad, já é um péssimo sinal de que aonde há fumaça há fogo. Qualquer traço de ódio racial generalizado, seja pelos governos ou pelos próprios povos, me deixam com calafrios de uma conseqüência horrenda que possivelmente seja planejada.
A sorte do mundo é que também há os que combatem destemidamente qualquer sinal de fumaça advinda destes movimentos. Sociedades que ajudaram os nazistas a fugirem de suas penas em Nuremberg no Tribunal formado para julgá-los, caso da Igreja Católica, não é tão forte, persuasiva e sigilosa a ponto de ter a adesão de 100% de seus membros; neste caso, fatos são ventilados e o mundo começa a se preparar para o pior.
Muito melhor do que a história deixada são os depoimentos vivos; eu sempre disse que o maior aliado de Hitler foi a Santa Sé de Roma e é isso que se consegue descobrir todos os dias através de pesquisadores comprometidos com a verdade. Os padres e bispos católicos da Itália e de outros países da Europa na época seguinte a Segunda Guerra ajudaram centenas de mentes privilegiadas do Terceiro Reich a debandarem da Alemanha, a grande maioria veio para a América do Sul, inclusive o Brasil, seguindo o rastro de comunidades germânicas já instaladas. Estas pessoas, normalmente com altas patentes dentro do cérebro do Reich, trocaram de nomes e emitiram passaportes da Cruz Vermelha com o aval de vários padres a mando de Roma.
Neste translado depravado entre Europa e América do Sul, facínoras como Adolf Eichmann e Josef Menguele aportaram por aqui e ficaram; segundo historiadores que investigaram esta manifestação a ocorrência chegou a ser chama de OPERAÇÃO ODESSA e tinha o início com a Igreja católica e o final com o financiamento de governos de países da América do Sul. Fala-se que a Santa Sé temia tanto a expansão do comunismo no mundo que resolveu se aliar ao nazismo. Na época do Papa Pio XII, ele próprio teria dito, depois de esquadrinhado, que “dos males o menor”.
A Operação Odessa, uma sigla alemã que originalmente é ORGANIZATION DER EHEMALIGEM SS-ANGEHÖRIGEN, em português significa Organização de Antigos Membros da SS foi criada para prevenir a punição de nazistas por crimes de guerra, mas há quem afirme piamente, sem trocadilhos para Pio XII, que, além disso, eles formariam grupos de retomada do poder através da América do Sul e por pouco isso não deu início, pois por aqui o que não faltavam eram admiradores de Adolf Hitler e odiosos dos judeus, repetindo, entre governos, povos e a igreja.
No Brasil quem denunciou esta operação foi o Bispo católico Dom Carlos Duarte Costa da Diocese de Botucatu, que após o escândalo dentro do clero foi duramente punido e transferido para a África. Crítico do regime getulista, Dom Carlos Costa chegou a ser preso em 1944 a pedido do próprio Getulio Vargas e com o aval do núncio apostólico de sua igreja. Dom Carlos Costa somente foi solto após a intervenção direta de Roosevelt e Churchill que sabiam dos planos nazistas e endureceram perante o Brasil em algumas questões. Não fossem os Estados Unidos e a Inglaterra Dom Carlos teria escarnecido num cela.
Dom Carlos Duarte Costa denunciou publicamente a Operação Odessa e afirmava que tal movimento, além de ser verídica, tinha o conhecimento pleno e a ajuda do Vaticano em cada investimento e em cada envio de nazistas para fora da Europa. Dom Carlos foi duramente perseguido pela Santa Sé e em 1945 foi excomungado pelo Papa Pio XII. A figura demoníaca e tendenciosa de Pio XII somente foi redimida no caso de Dom Carlos Costa em 1959 quando João XXIII o trouxe de volta ao seio da igreja, mas ainda assim, tirando-o do Brasil para morar no Vaticano, onde permaneceu até sua morte em 1961. Ele ainda foi canonizado em 1970 e recebe o nome de São Carlos do Brasil.
O mundo nunca mais foi o mesmo após tantas mortes da Segunda Grande Guerra; não se conta o confronto militar, as batalhas e os prélios entre os aliados e o eixo; isso por si somente já seria uma barbárie, mas ninguém, salvo alguns idiotas lunáticos, pode esquecer os milhões que morreram nas câmaras de gás e nos campos de concentrações nazistas; era a guerra entre o elefante e a formiga, onde de um lado havia fortemente armado o exército alemão e a polícia política de Hitler, do outro, milhões de indefesos perseguidos por um ideal inútil.
Muita gente quis ver o final do nazismo, mas muita gente quis vê-lo voltar e terminarem o serviço começado. Muita gente lucrou fortunas com as pilhagens nazistas contra os judeus, quando milhares de quilos de ouro, obras de arte e dinheiro vivo; foram saqueados e anexados ao patrimônio do Reich e de pessoas físicas; há quem diga e prove que a própria igreja de Roma lucrou fortunas incontáveis com estas ações e é por isso que muita gente má ajudou os nazistas a fugirem e ainda os ajudou a retornar, caso específico de Pio XII, então Papa católico da época. Para a sorte da humanidade, os planos como a Operação Odessa não deram certo, mas deixaram impunemente bastante nazistas.
Os planos de Pio XII só não lograram êxito, porque os ventos da justiça sopraram dentro da Santa Sé; o clero pretendia uma união formal com os nazistas após uma suposta ascensão de Hitler; só não se sabia se Hitler os pouparia caso ganhasse a guerra!
Por estas bandas da América não foram poucos os relatos que afirmam uma maciça presença nazista através da Odessa; conta-se também que o clero do Brasil, Argentina e Paraguai deu conforto, sigilo e novas identidades a muitos destes fugitivos da Europa; fosse por crença própria de que o nazismo era uma onda necessária, fosse através de ordens direta de Roma. A escolha do Sul da América também não foi por acaso; como é sabido, abaixo de São Paulo há uma forte presença de comunidades germânicas que estão instaladas por lá desde o início do Século XX e nada mais agradável e seguro do que conviver nas proximidades de seus “irmãos”; isso lhes daria menos holofotes e muito mais segurança para transitarem livremente entre nós, pobres e ingênuos latinos.
Os ideais de Pio XII também não estiveram em riste por acaso; ele que era italiano de nascença, tinha grande admiração e amizade com Mussolini, ditador e aliado de Hitler; não bastassem à amizade com Mussolini, o caráter questionável e a mente má, Pio XII que nasceu Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli; foi nomeado Núncio Apostólico na Baviera, Alemanha, em 1917 em plena Primeira Guerra mundial, ocorrida entre 1914 e 1918, quando o Império Alemão liderou os conflitos contra praticamente o resto do mundo.
No mesmo ano que a Primeira Guerra foi declarada como encerrada, 1918; Pio XII, que ainda não era Papa, mas exercia muita influência junto ao clero, estava na Alemanha que via nascer o movimento dos trabalhadores que deu origem ao Partido Nazista. Anos mais tarde, cheio de poder e más intenções, ele ainda teria entre alguns fracassos um dissabor na União Soviética no final dos anos 20, justamente quando o Nazismo começou a crescer junto a Alemanha esfacelada por crises.
A história de Pio XII e do Nazismo andara de braços dados e ninguém consegue me convencer de que tudo isso é mera coincidência. Hitler e Pio XII até podiam não ter se conhecido nos anos antes dos horrores do holocausto, fato também contestado, mas eles tinham os mesmos objetivos, os mesmos ideais e as mesmas cóleras; Pio XII queria ser Deus e Hitler queria ser o Sumo Imperador do Mundo, uma espécie de semideus ou Deus paralelo.
Mesmo com Hitler declaradamente morto por suicídio em 1945, Pio XII poderia ter seus aliados como amigos e juntos partirem para um plano pior ou igual aos ocorridos na Segunda Guerra; bastava que a Operação Odessa fosse um sucesso e que os alemães refugiados na América do Sul se comportassem como estrategistas de fato.
Para o bem da humanidade a Operação Odessa sucumbiu a ações como a de Dom Carlos Duarte Costa, de muitos judeus de altivez que aprenderam a caçá-los por cada canto do mundo; Pio XII, o Papa do Mal, morreu em 1958, velho e esclerosado. Mesmo tendo sido encontradas cartas que atenuam a condição de facínora e que fizeram dele uma espécie de Santo perante o povo sem conhecimento, quando fora canonizado em 2007 por Bento XVI, fica a memória dos que o conheceram e os que o investigaram, que o Papa Pio XII foi tão nazista quanto o próprio Adolf Hitler e que merecia ter seu nome cuspido e apagado de todas as bibliografias existentes.
As provas de que o Papa Pio XII mandou que acolhessem seus “filhos” e os judeus em monastérios da Europa em 1943 jamais ficaram provadas que partiram dele, mas seus atos incontestáveis de ajuda a Hitler e ao Reich, estas sim aparecem a todo instante e ninguém da Santa Sé pára no sentido de ao menos desmenti-las; neste caso eu próprio pergunto: - O que tem mais valor perante a verdade da história; cartas de padres ou fatos irrefutáveis que condenam Pio XII?
Eu afirmo que estamos diante de um Santo do pau oco que soube jogar bem com quem prospectava ganhar; hora de um lado do muro, hora encima e quando era conveniente, do outro lado. Gente de igual valia a Pio XII com intenções de operações similares a Odessa o mundo sempre conheceu e sempre estará conhecendo!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
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