"Esqueceram de mim"_Na estrada.
“Esqueceram de mim”_Na estrada.
Viajávamos, eu, minha esposa e quatro filhos menores, em férias para Minas Gerais, onde iríamos visitar uma irmã na cidade de Teófilo Otoni. A viagem transcorria bem, sem incidentes. Parávamos de vez em quando para descansar, esticar as pernas, ir ao banheiro.
Permanecemos por lá durante cinco dias e em seguida, retornamos à BR Rio- Bahia .Tomamos o caminho de volta e no trevo,seguimos em direção a ”Governador Valadares” . Quando já havíamos percorrido, mais ou menos cinqüenta quilômetros, notamos que a paisagem estava mudando naquela direção, não era a mesma por onde havíamos passado uma semana atrás. Andamos um pouco mais, paramos próximo a uma palhoça que vendia carne de sol e perguntamos ao dono, quantos quilômetros faltava para chegar a Governador Valadares. O senhor, muito gentil, disse-nos que Governador Valadares, ficava na direção contrária a uns 250 quilômetros de onde estávamos. Desta forma, após o erro, demos meia volta e rumamos para o sul.
Resolvemos então parar numa lanchonete à margem da estrada, a fim de comer e beber alguma coisa. Após um bom descanso, pegamos a estrada novamente e a uns trinta quilômetros, um dos filhos disse em tom de gozação: _ a Cristiane não está no carro!_Parecia uma brincadeira, mas era verdade, nossa filha não estava no carro. _ Como poderia ter acontecido tal coisa? – Retornamos ao local à mais de cem por hora. A ansiedade tomou conta de todos. Encontramos um guarda rodoviário que fez um sinal para que parássemos._O Senhor está acima da velocidade permitida,_disse o guarda.
_Seu guarda, esquecemos nossa filha na estrada há mais de 30 km atrás. Ela deve estar apavorada, talvez tenha vindo até a estrada, onde pode acontecer o pior.
_Senhor, disse o guarda, as pessoas da lanchonete, nesse momento, devem ter dito à sua filha que vocês voltariam assim que verificasse a sua ausência.Vá com calma e cuidado!... Assim, agradecemos o guarda e continuamos acelerados até a lanchonete. Lá chegando, verificamos que o policial rodoviário tinha razão. A nossa filha estava toda rodeada de pessoas bondosas que procuravam acalmá-la, ela tinha, apenas sete anos. Foi um sufoco; abraçamos nossa filha, tomamos refrigerantes, compramos balas para todos, a fim de dispersar a angústia. Retornamos a Teófilo-Otoni e concluímos que aquele não era um dia bom para viajar.
Mas o que aconteceu?_ A minha filha tinha ido ao banheiro. Quando saiu para pegar o carro, apareceu um cachorro na sua frente. Ficou com medo e deu a volta por trás do restaurante. Naquele momento “todos” já estavam no carro e ninguém percebeu a sua ausência Este foi um erro imperdoável que jamais esqueceremos.