NEM ARQUI-INIMIGOS NEM ARQUIRRIVAIS...


Os desacatos e ofensas desferidos durante os comícios, aliados às provocações feitas ao longo dos debates político-partidários dos candidatos que “toparam” ficar frente a frente, marcados de perto pelas câmeras de televisão, além de não esclarecerem patavina das propostas que cada um possuia, passaram uma tremenda má impressão para uma boa parte do eleitor, daquilo que deveria ser o “divisor de águas” de uma campanha eleitoral “sadia” feita pelos chamados políticos de “ficha limpa”.

Todo o aparato montado para esses eventos se assemelhava a um campo de batalha. De um lado os candidatos e seus assessores e do outro o palanque ou o palco da televisão que, entre outras coisas, tinha esta última o interesse precípuo de ver crescer sua audiência nesses dias.

Em princípio, o objetivo principal dos candidatos era, nada mais nada menos, abater o arqui-inimigo ou o arquirrival. Ali, naquele momento, valia tudo, menos admitir que tanto um lado quanto o outro tinha um longo caminho a ser percorrido, acaso fosse eleito, e, de preferência, trabalhando em prol do bem-estar do cidadão em geral.

Os desacatos, as ofensas e as provocações ocorridos durante o período eleitoral, como de praxe, passaram, deixando inevitavelmente algumas mazelas. Na maioria das vezes farpas ficaram expostas, mas isso já faz parte da cultura deles e após a realização do embate, vencidos e vencedores formarão uma nova casta, ou seja, farão parte da mesma "turma”.

Do lado de fora do pseudo campo de batalha, sempre de olho nos números, o cidadão responsável pelo resultado obtido por esse ou por aquele candidato, que nem sempre é aquilo que ele esperava ver, é justamente ele quem receberá a pior parte: terá de se contentar com a promessa que o candidato eleito fez de realizar um bom governo e ficará na expectativa de receber um novo convite para o próximo espetáculo.

Os arqui-inimigos e os arquirrivais, acompanhados de seus assessores, após digladiaram aos extremos durante a campanha eleitoral, partirão para uma nova fase da farsa e sem que ninguém se aperceba disso, participarão, juntos, da festa da vitória, já que a esta altura dos acontecimentos pouco importa quem ganhou ou quem perdeu.

No fim da festa retirarão as máscaras por alguns instantes e mostrarão para o mundo que aquele “ódio” demonstrado durante a campanha, visando unica e exclusivamente à obtenção do voto, era realmente de “mentirinha! E tudo isso acontecerá como num passe de mágica.

Brevemente, nos mesmos moldes, novos convites serão impressos para a realização de outras “festas”, desta feita com a efetiva participação do povo. Geralmente, os artistas que se apresentarão nesses eventos e que possivelmente estarão fantasiados de bons moços serão os mesmos de sempre e mais alguns “gatos pingados”.

O povo, como sempre, servirá de massa de manobra, em meio às estratégias dos falsos arqui-inimigos e arquirrivais que, mais uma vez, ao final da festa, se fundirão entre os vencidos e vencedores.