As estações do ano, fases da vida,
A vida possui as suas próprias leis!
São tão imprevisíveis como as ondas do Mar!
Apresenta-nos caminhos antagônicos, Íngremes, transitórios.
A Eterna Lei de Vida é: "O que pensas e sente, isso trazes à forma; ali onde está teu pensamento, ali estás tu, porque tu és uma consciência; e aquilo sobre o qual meditas, nisso te converterás".Saint Germain
O sentimento discordante emitido por um ser humano vibra através do cérebro do corpo emissor antes de chegar ao Universo.
"Freqüentemente o sentimento dispersa antes que o indivíduo esteja consciente do pensamento na consciência EXTERNA, a qual poderia ser utilizada para controlá-lo; e este tipo de experiência deveria ensinar ao indivíduo quão grande é a energia contida em suas múltiplas criações que se acumularam por conta dos hábitos". (Mestre Saint Germain - livro Mistérios Desvelados).
Uma vez projetado este pensamento recomeça a sua viagem de volta e esta energia se agrupa com outras energias que estejam no mesmo nível e chega ao agressor com acréscimo.
"O universo opera através de trocas dinâmicas... dar e receber são diferentes aspectos do fluxo da energia universal”. Deepak Chopra
Como fazemos parte do universo vivemos também deste fluxo da energia universal, das trocas dinâmicas dando recebendo , plantando, colhendo, semeando, frutificando, morrendo, renascendo.
Assim sendo, o indivíduo é rodeado por sons, imagens, energias diversificadas. O mesmo sistema se propaga com a as ondas sonoras de nossa voz - disseminam-se no espaço
Não a ouvimos, mas, isso não quer dizer que ela não esteja lá. , "
Cada ser possui a sua própria linguagem vibratória.
Todos com sua função, conforme seu “Tempo, Intensidade, Timbre”.
Que sejam sons graves ou agudos, mas, a partitura é uma só..., ser feliz. Realizar desejos, eliminar mágoas e angústias.
Lembro-me de uma frase de Guimarães Rosa:
- “O mais importante e bonito, do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam.”
“Afinar e desafinar” pertence a natureza das pessoas,
O que consola é que a felicidades e sofrimentos não são permanentes.
Ao cruzar de uma felicidade para uma infelicidade, porque não buscar ensinamentos em cada uma das estações do ano, que podem se aplicar a fases da vida, e de um modo geral a nossa existência?...
Na primavera, as cores revestem a natureza de uma beleza rara.
“É a esperança que desponta – Período do nascimento, do aprendizado.
No verão, o brilho do sol e a força da luz exaltam a criação. É a vida em plenitude. –
A fertilidade da terra – juventude “
O outono é a estação dos ventos fortes e das folhas que caem
É a vida que se renova. A beleza melancólica do declínio outonal é a fartura da colheita - tanto das riquezas da terra quanto de tudo aquilo que fazemos em nossas vidas - aquele que planta bem, colhe bem… “Amadurecimento”
O inverno é a estação das chuvas fortes, do frio e da pouca luz.
É a vida que se retrai. Andamento mais lento, a escuridão e da suspensão da vida. “Velhice”.
Quatro Estações, Quatro Festivais
Origens: Claudio Quintino Crow
Graças aos textos medievais e ao folclore sobrevivente na Irlanda, é possível afirmar que os celtas da Antigüidade celebravam quatro festivais importantes, cada um associado a uma das estações.
Assim, o giro da Roda começa com o festival de SAMHAIN, que anuncia a chegada do inverno, da escuridão e da suspensão da vida, prosseguindo para o festival de IMBOLC (ou Oimelc), a celebração do retorno da vida na Primavera. Em seguida, o apogeu da vitalidade e da fertilidade é celebrado em BELTAINE; a beleza do declínio outonal é o tema de LUGHNASADH e, por fim, retorna-se a Samhain. O ‘Calendário de Coligny’ – uma série de tabuletas de bronze encontradas na França - possui nomes semelhantes para as datas, o que leva a intuir que, ainda que com pequenas variações regionais, os mesmos festivais eram observados em todo o mundo celta.
A seguir, uma breve introdução a cada um dos festivais.
Samhain
O giro da Roda começa com o Ano Novo Celta: o festival de SAMHAIN - celebrado a 1o. de novembro - que anuncia a chegada do inverno, da escuridão e da suspensão da vida.
O inverno no Hemisfério Norte, especialmente na Idade do Bronze, é um período de recolhimento, em que a vida na natureza entra em suspensão - animais migram ou hibernam, a vegetação resseca ou congela, o tema da morte é constante.
Da mesma forma que os antigos procuravam proteger-se do frio no interior de suas casas, cada um de nós, nesse período, é estimulado a mergulhar em seu interior para compreender nossas questões mais profundas.
Um tema recorrente associado a Samhain é a maior proximidade entre nossa realidade - este mundo - e os domínios espirituais, morada dos deuses e de nossos ancestrais - o Outro Mundo. Não por acaso, o catolicismo adotou a mesma data do contato dos deuses celtas para honrar seus santos (1o. de novembro, Dia de Todos os Santos) e o dia seguinte para honrar seus ancestrais (2 de novembro, Finados). Como se vê, a importância de Samhain para a psique é tal que ele sobrevive e se impõe à introdução do cristianismo nas terras celtas.
A princípio, um festival associado aos ancestrais e ao outro mundo pode soar um tanto lúgubre à mente moderna – mas não podemos esquecer que os celtas viam a morte de uma forma muito diferente: para eles, a morte era – como de fato é, ainda que tentemos negar – um processo natural e necessário para a continuidade da vida. Qualquer observação de nossa rotina nos mostra que é da morte que surge a vida – numa refeição, outros seres devem morrer para que continuemos vivos, e esse é um processo natural a ser encontrado em todos os níveis da existência. Ao proporcionar uma releitura do que é a morte, o festival celta de Samhain permite que compreendamos melhor o que é a vida, passando assim a desfrutá-la melhor e com mais respeito e honra.
O fato de Samhain ser o Ano Novo Celta é mais um indicativo disso: para os celtas, o tempo não é linear, mas cíclico: assim, todo fim é, na verdade, um recomeço. Samhain é um período de se honrar os processos mágicos de início, fim e reinício – vida, morte e renascimento, a contínua e eterna ciclicidade da criação. Como ainda fazemos no Ano Novo civil (31 de dezembro/1º de janeiro), Samhain é um momento indicado para reavaliar conceitos e planos, livrando-se daquilo que não serve mais, descartando idéias obsoletas e abrindo espaço para o novo, um verdadeiro processo de renascimento.
Imbolc / Oimelc
Após o recolhimento e a introspecção do inverno,chegamos ao festival de IMBOLC (ou Oimelc), a celebração do retorno da vida na Primavera.
Este festival, celebrado a 1o. de fevereiro, está intimamente associado à deusa Brighid - Senhora da Tríplice Chama, que aquece nossos lares, que cura e que inspira. Oimelc significa, em irlandês arcaico, “lactação das ovelhas”, justamente porque era neste período que as ovelhas, prenhes, produziam leite para seus filhotes - e também para o consumo dos humanos.
Portanto, o tema “maternidade” e nascimento é o carro-chefe deste festival. Tão forte é a imagem de Brighid no subconsciente ocidental que essa deusa ancestral foi cristianizada na figura de Santa Brígida, padroeira da Irlanda. Obviamente o dia dessa santa católica é justamente o dia 1o. de fevereiro - mais uma prova do vigor dessa data no inconsciente coletivo.
Beltaine
Depois do retorno da vida em Imbolc, chegamos ao alegre e colorido festival de BELTAINE, celebrando o apogeu da vitalidade e da fertilidade; como forma de aproveitar os ventos favoráveis dessa data - 1o. de maio -, muitos casamentos costumam ocorrer nas celebrações de Beltaine.
Em irlandês antigo, o nome Beltaine significa “Fogos de Bel” (Bel/Belenos é um deus celta geralmente associado ao sol), ou “Fogos da Cura”; era ao redor das fogueiras que os celtas da Antigüidade cantavam e dançavam a alegria de viver e a fertilidade da terra, da comunidade e dos indivíduos que a compõem.
A sensualidade e a jovialidade são as marcas principais deste festival, e sua temática ainda hoje pode ser percebida na tradição cristianizada de que maio é o “Mês das Noivas”.
Lughnasadh
Por fim, a beleza melancólica do declínio outonal é o tema de LUGHNASADH, celebrado a 1o. de agosto. Lughnasadh, literalmente, é o “Festival de Lugh” – mas ao contrário do que se costuma crer, o festival não é uma comemoração ao próprio Lugh Lamfhóta, mas sim uma celebração por ele inaugurada em honra à sua mãe de criação - Tailtiu, uma deusa ctônica das terras irlandesas.
Por se tratar de um festival outonal, seu simbolismo é a fartura da colheita - tanto das riquezas da terra quanto de tudo aquilo que fazemos em nossas vidas - aquele que planta bem, colhe bem…
Assim, retorna-se a Samhain. O ciclo se completa e se renova… ETERNAMENTE…
(Obs.: o nome Lammas, apesar de usado abertamente por muitos neo-pagãos para descrever este festival, é preterido no druidismo em favor do nome original Lughnasadh. Afinal, Lammas sequer é um vocábulo celta, mas sim anglo-saxão em origem: Hloaf-mass, ou “Festival do Pão”)