VISITA AO CEMITÉRIO
Chagaspires
Hoje estive no cemitério de Camaragibe. Fui pagar a taxa anual e olhar como estava o túmulo de minha família.
Alguns dias atrás havia passado por lá e mandado fazer alguns reparos em sua estrutura.
Casualmente andando até o local do mausoléu, visualizei em algumas lápides nomes e fotografias de pessoas conhecidas com as quais eu havia convivido, ou apenas ouvira falar. Alguns jovens, outros velhos, todos com olhares estranhos de quem já morreu.
Não sei se vocês tem a mesma impressão ou se é alguma maluquice de minha parte, mas toda vez que vejo fotografias de quem já morreu, percebo um olhar frio e distante. Acho que é coisa minha.
Vi a foto de Marconi e de sua mãe Eunice Souza (Nice). Nomes como o de Bianor Monteiro meu primo, minha tia Maria da Conceição (Ceça), o da prima Iolanda, Alice Guerra e Israel, pais de meu padrinho Arnaldo, Lane, filha de madrinha Aliete. Passei pelo túmulo dos Menezes e Collier antigos donos da Fábrica de Tecido Camaragibe, e tantos outros mais.
Lá já estão guardados os restos mortais de minha mãe Nina de meu pai Lopes, de meu irmão Carlinhos, minha avó Maria Monteiro, minha tia Ceça, e os ossos de minha querida esposa Ivone, que eu levei do Cemitério de Santo Amaro e os coloquei lá.
Sei muito bem que eles não me podem ver nem ouvir. Sei também e a Bíblia nos ensina que estão aguardando pela vinda de Jesus Cristo. Mas como cultura preservo aquele túmulo.
Já pedi a minha atual esposa Anália que se possível mande cremar meu corpo. Quero dar um trabalhinho maior para a morte quando ela tiver que dar conta dos meus restos mortais naquela ocasião tão almejada pelos cristãos.