Ei você, covarde!

Não fuja dos seus reflexos. Não pense que isso poderá te isentar de todas as culpas. Não pense que você é esperto. Não haja dissimuladamente como se sua covardia fosse um ato de coragem. Deixe de ingerir doses homeopáticas de medo. Você mesmo, é com você que eu estou falando. Tenha opinião. Construa suas verdades, relativas, mas suas. Queira querer ter iniciativa. Não haja feito um bebê chorão. Não sinta pena de você mesmo. Não tente racionalizar, dizendo pra você mesmo que não ia adiantar você participar. Participe mais. Fale mais. Se esconda menos. Sonhe. Ouse um dia ter um sonho utópico. Pare de espalhar por aí que tudo é assim mesmo. Não seja mesquinho, medíocre, pequeno e infeliz. A sua covardia ainda vai te matar meu amigo. Suas nunca pronunciadas opiniões ainda vão te sufocar. E daí, como vai ser? Do que adiantou todo esse medo de se envolver com os problemas que fizeram parte de sua vida? De nada adiantou, não é mesmo? Continue assim e você nunca sentira o gosto da liberdade real. Siga por esse caminho e você jamais conhecerá o sabor de ter tentado. Queira sempre fugir e você vai morrer sem apreciar a bela paisagem do enfrentamento sincero. Corra de todos os problemas alheios e, pode ter certeza, a vida não terá pena de cobrar suas culpas. O determinismo é uma praga e a covardia seu filho único. As outras desgraças humanas são todas seus descendentes.