Peguei um resumo na internet ; não, não li o livro!

Porque temos que ler o que não queremos?

A escola nos impõe livros extra didáticos insuportavelmente chatos, pelo menos pra mim.

Eu desejo do fundo da minha alma que Luís de Camões e suas sílabas métricas vão para aquele lugar! Gostaria também, se possível, que Gil Vicente tivesse levado com ele os seus “autos”! E agradeço por Machado de Assis estar morto, senão a minha sentença seria a pena de morte por assassinato qualificado (Isso não daria certo no Brasil, mas aí é outro assunto...).

As desculpas são sempre as mesmas : “Lendo essas obras você adquire cultura”. Cultura? Até eu, em minha ignorância, sei que cultura nada mais é do que as crenças, os hábitos, as regras e o conhecimento que define cada povo, e NÓS somos o povo, logo nós construímos nossa própria cultura e temos o direito de ler o que bem entendemos!

Em uma época passada, mas não tão distante, não havia liberdade de expressão, nem algumas musicas podiam ser lançadas. Hoje temos liberdade pra que todos se expressem, mas não quer dizer que temos que conhecer o que todos expressaram.

Outra desculpa clássica é: “Isso cai no vestibular”. Bom, que cai no vestibular não é mentira, agora, porque cai eu não sei. Temos a obrigação de interpretar textos praticamente ilegíveis... Aliás, temos que adivinhar não interpretar. Há algum tempo li o texto “Arte e existência”, onde o autor, João Augusto Pompéia, expõe toda a sua opinião sobre a forma de interpretar as obras de arte. Dentre alguns conceitos, eu concordo com ele em gênero, número e grau, quando ele diz que (resumidamente) : “ A arte não tem uma interpretação única, ela varia de acordo com a pessoa e com o momento em que ela se encontra”. Quando João Pompéia disse isso, ele se referia ás obras de arte, mas isso pode se adequar as obras de literatura também, pois, como é possível saber de que forma um livro pode nos afetar? Ler um livro enquanto temos sete anos de idade e ler o mesmo livro enquanto temos dezesseis, nos faz avaliar as diferentes mensagens que o livro passa, e é possível que nenhuma das duas seja a pretendida pelo autor. É psicologicamente comprovado que cada um vê com os olhos que tem.

Ler é fascinante; é prazeroso, mas se existe obrigação não existe prazer. O fato de a maioria dos brasileiros odiarem leitura, é porque nunca leram por livre e espontânea vontade e, muito menos, algo que realmente os interessasse.Todo lêem só por ler; só porque foram obrigados a engolir...Mas, sinto muito, eu cansei de engolir palavras que não me constroem!

E, um dia, eu hei de conseguir que Harry Potter caia na prova ao invés de Os lusíadas.

Confiram meu blog : http://vomitandotripas.blogspot.com/

Lucy Van Pelt
Enviado por Lucy Van Pelt em 25/10/2010
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