Com uma lágrima pendurada no olho
O ócio tilintava no dia... nada de incomum naquele consultório dentário: a TV desligada, alguns quadros a favor da poluição visual. Ali nasceu uma lágrima pendurada no olho, que doía... mais do que imaginar como seria o conserto daquele dente que estava para ser refeito.
Com a noção que pouco sei, sei que há pessoas que distinguem o couro sintético de uma autêntica Prada. Continuava a busca de algo lindo nas pessoas que não reconhecem um falso Cartier, tem também aquelas que amam seus Ray-Bans vagabundos e outras que não distinguem o valor de uma fragrância francesa porque hoje tempo é dinheiro para o teste dos mais novos prazeres materiais, se despreocupando com o refinamento da essência ...continuam mordendo “mortandela” esperando um dia arrotar caviar; continuarão “mendingando” achando que fazem parte da nobreza (no fundo podem até ter algum rei ou rainha na barriga).
Olho para murais de recados de fóruns e s(a)ites de relacionamentos, com um ar estupefato... como tem gente que se diz escritor e/ou um bom leitor permanece de braços cruzados repassando o errôneo?
Caso alguém tenha em mente tatuar um poema, no mínimo faço votos que procure evidenciar o que é ou não apócrifo no corpo. Será que aquele amigo, que a-do-ra enviar mensagens “top de linha” ficaria tão melindrado se fosse chamado em modo privado, com um alerta do tipo:
- Ei guardarei a sua mensagem no entanto deve ter ocorrido um engano, ando observando os estouros da boiada, nos conteúdos dos “blog(ue)s” e vendo sítios cercados de equívocos por todos os lados... como nós brasileirinhos nos empolgamos com os dizeres pouco nos preocupamos em apontar os verdadeiros autores. Ao rolar as páginas do computador que “sobem para cima” e “descem pra baixo” acabamos destacando nossos encontros ilustres com os textos de: Arnaldo JaboUr, ArtHur da Távola, Cecilia MeireLLes, Carlos DruMond de Andrade, Gabriel Garcia MarqueS, Jorge LuiZ Borges, LuiZ Fernando VerÍssimo, Mario BenedeTi, MÁrio QuitaNda, MarTa Medeiros, RubeNS Alves, Vinicius de MoraIs, ViTor Hugo... são tantos Neurudas e Pessoas perdidos... entre olhares de shakespirandos para que se preocupar com alguma pesquisa?
O que importa? É pensar com Ainstain, Nitichi, Exu-peraí, Miô o Fernandez... dançar e sorrir com Charlis Xapilin, com a humildade de Cora corando as linhas de Xico Chavier, com um discurso apócrifo de Hinfiuna ponta da língua. Muitas pessoas provavelmente acham textos digitados tão confiáveis que se esquecem do cheiro dos livros de papel.
E a bela geração dos escritores de ex-agendas, estes não serão os piores? Por que simplesmente desprezam os Mestres, será que não percebem que todos os dias estão dando a cara à bater? Ao se considerarem “os novos mestres”, parecem estar além de qualquer Assis, aliás muitos adoram dizer que de-tes-tam ler algo de Machado... se também acham as palavras de Gandhi fora de moda, deve ser porque talvez tenham horror a qualquer “orientação” (?)
- Escrevo, logo não preciso reconhecer uma Clarice Lispector de uma ClariSSe LiNspector, meu alto contato autodidata com as Letras nasceu para demonstrar meus ais todos os dias, pois a minha magnífica criatividade gira em torno de meu... enorme umbigo (é claro).
E aí? Tudólogo? Pergunto-me se este tipo de escritor/leitor tem noção da própria leitura?
O que dói mesmo é a saudade dos educadores que ensina(va)m cheios de dedos, o lado criança a se manifestar constantemente com cuidado para que os brotos jamais se machuquem...
Rosangela_Aliberti
Atibaia, 25 de outubro de 2010.
O ócio tilintava no dia... nada de incomum naquele consultório dentário: a TV desligada, alguns quadros a favor da poluição visual. Ali nasceu uma lágrima pendurada no olho, que doía... mais do que imaginar como seria o conserto daquele dente que estava para ser refeito.
Com a noção que pouco sei, sei que há pessoas que distinguem o couro sintético de uma autêntica Prada. Continuava a busca de algo lindo nas pessoas que não reconhecem um falso Cartier, tem também aquelas que amam seus Ray-Bans vagabundos e outras que não distinguem o valor de uma fragrância francesa porque hoje tempo é dinheiro para o teste dos mais novos prazeres materiais, se despreocupando com o refinamento da essência ...continuam mordendo “mortandela” esperando um dia arrotar caviar; continuarão “mendingando” achando que fazem parte da nobreza (no fundo podem até ter algum rei ou rainha na barriga).
Olho para murais de recados de fóruns e s(a)ites de relacionamentos, com um ar estupefato... como tem gente que se diz escritor e/ou um bom leitor permanece de braços cruzados repassando o errôneo?
Caso alguém tenha em mente tatuar um poema, no mínimo faço votos que procure evidenciar o que é ou não apócrifo no corpo. Será que aquele amigo, que a-do-ra enviar mensagens “top de linha” ficaria tão melindrado se fosse chamado em modo privado, com um alerta do tipo:
- Ei guardarei a sua mensagem no entanto deve ter ocorrido um engano, ando observando os estouros da boiada, nos conteúdos dos “blog(ue)s” e vendo sítios cercados de equívocos por todos os lados... como nós brasileirinhos nos empolgamos com os dizeres pouco nos preocupamos em apontar os verdadeiros autores. Ao rolar as páginas do computador que “sobem para cima” e “descem pra baixo” acabamos destacando nossos encontros ilustres com os textos de: Arnaldo JaboUr, ArtHur da Távola, Cecilia MeireLLes, Carlos DruMond de Andrade, Gabriel Garcia MarqueS, Jorge LuiZ Borges, LuiZ Fernando VerÍssimo, Mario BenedeTi, MÁrio QuitaNda, MarTa Medeiros, RubeNS Alves, Vinicius de MoraIs, ViTor Hugo... são tantos Neurudas e Pessoas perdidos... entre olhares de shakespirandos para que se preocupar com alguma pesquisa?
O que importa? É pensar com Ainstain, Nitichi, Exu-peraí, Miô o Fernandez... dançar e sorrir com Charlis Xapilin, com a humildade de Cora corando as linhas de Xico Chavier, com um discurso apócrifo de Hinfiuna ponta da língua. Muitas pessoas provavelmente acham textos digitados tão confiáveis que se esquecem do cheiro dos livros de papel.
E a bela geração dos escritores de ex-agendas, estes não serão os piores? Por que simplesmente desprezam os Mestres, será que não percebem que todos os dias estão dando a cara à bater? Ao se considerarem “os novos mestres”, parecem estar além de qualquer Assis, aliás muitos adoram dizer que de-tes-tam ler algo de Machado... se também acham as palavras de Gandhi fora de moda, deve ser porque talvez tenham horror a qualquer “orientação” (?)
- Escrevo, logo não preciso reconhecer uma Clarice Lispector de uma ClariSSe LiNspector, meu alto contato autodidata com as Letras nasceu para demonstrar meus ais todos os dias, pois a minha magnífica criatividade gira em torno de meu... enorme umbigo (é claro).
E aí? Tudólogo? Pergunto-me se este tipo de escritor/leitor tem noção da própria leitura?
O que dói mesmo é a saudade dos educadores que ensina(va)m cheios de dedos, o lado criança a se manifestar constantemente com cuidado para que os brotos jamais se machuquem...
Rosangela_Aliberti
Atibaia, 25 de outubro de 2010.