A PRÓPRIA
A PRÓPRIA
Como pode? Diz o que pensa e o que sente, na lata!
Com o seu jeitinho indolente perturba muita gente, mas convence, porque não despreza ninguém. É companheira, inteligente e incensadora.
Ela dá vida no que parece falecido ou já morreu. Recolhe as folhas secas, despedaçadas, transforma em pó com suas próprias mãos, pigmentando em cores, usa os dedos como pincel e pinta na tela da "imaginação", muita vida e o que parecia ser o que já era, transforma-se num abstrato com muito trato.
Renovadora, assim é ela: intensa! Das vidas que a rodearam, gravou por si mesma. Em cada pergunta, uma resposta aos outros, em cada gesto para com seus semelhantes, em cada manifestação dos seus pontos de vista e em cada demonstração de sua alma, grafa com tinta perene de sua passagem, em reflexo com carinho, ao fundo de um som de Mozart orquestrado, fumando um bolado de sálvia, produz uma história, a sua própria biografia: "A História" em versos, prosas, poemas em poesias. Ainda aqui está num quase jaz, num disparar disritmado sobre sua alta pressão, num tum...tum...do coração.
Relaxa viajando na fumacinha do incenso e num arco-íris de flores perfumadas, lá vai ela, iluminando também a jornada do seu caminho endereçada aos sensíveis, capazes de perceber e sentir a sua essência, no ensejo de criar uma epopéia de amor em torno de seu nome.
Cada segundo de um respirar e inspirar, uma afirmação de tua transpa-
rência. A cada dia, muitas páginas, numa espiral, manobradas em mergulhos, em lágrimas de profundos sussurros e expirando na imaginação, sim, páginas marcadas, retomando sempre a borda e nos impulsos, se afirmando nas escritas, frente ao espelho e a todo instante, propiciando o seu olhar, para não se dispersar no seu propósito, se refletindo nas experiências de sua existência na terra.
É uma parte de si, num livro, que está escrevendo:
Espelho...Reflexo Em Vc...
A Sua Essência...
Regina Zamora
Texto revisado por Marcia Mattoso