IMPONÊNCIA

Nesse pensamento quero expressar e deixar bem registrado um fato que ocorreu comigo há uns 10 anos atrás.

Veja bem:

Adquiri uma casa enorme num bairro de classe média aqui em Recife.

Casa ampla, 5 quartos e demais dependências.

Pôxa, fiquei superfeliz. Era exatamente o que eu queria.

Tinha pé de romã, várias roseiras, várias ervas naturais, uma mangueira e também um tomateiro (pé de tomate).

Gostei demais da casa, mas como sou detalhista e contemplativa, observei árvore por árvore, plantinha por plantinha e meus pensamentos foram acendendo em ideias e alegrias, mas... Como tudo não é só alegria, me deparei com o pé de tomate.

Observei-o, observei-o novamente, e daí fiquei chocada e decepcionada com aquela árvore que até dava uns tomates gostosos, sem agrotóxicos, etc.

O problema é que para o tomateiro colocar os tomates, ele necessitava de uns "acessórios" que muito me inquietaram.

Observe comigo: Para o tomateiro poder crescer e dar os tomates que me serviam posteriormente na salada, era mister que ele fosse 'amparado' por uns quatro a seis pedacinhos de madeira enfiados na terra para que ele pudesse sobreviver; caso contrário ele não daria os tomates saborosos que eu aguardava, e ainda poderia vir até a morrer.

Gente, isto mexeu tanto comigo!

Comecei a imaginar: Nossa que tomateiro fraco!

Ele bem que poderia colocar seus 'tomatinhos' sem a necessidade de um monte de muletas, um monte de suportes, um monte de amparos...

Daí, num ato corajoso e destemido, decidi por arrancar aquele pé de tomate de meu belo jardim.

Do mesmo jeito, existem muitas pessoas que precisam de um monte de "madeirinhas" sustentando-as para poderem sobreviver, ou melhor, para sub-existirem.

Eta gentinha carente medonha!

Não dão um 'frutinho' sequer sem o amparo de um monte de ajudantes. Mal ficam de pé... Tadinhas! Sinto dó!

Epa: Não me tenha por autosucifiente e nem ache que não preciso de ninguém. Preciso sim e muito de muita gente, mas não preciso de 'muletas' para me fazer dar frutos e nem para me manter de pé.

Gosto mesmo é de contemplar a destreza de uma palmeira, pois fica sempre de pé.

Que venham os vendavais!

Que venham as chuvas torrenciais!

Ela até que balança, contudo permanece lá, firme, forte e de pé.

E o mais incrível de tudo isto, é que até para morrer, a palmeira morre de pé. Observe!

No lugar do velho tomateiro dependente, plantei uma bela palmeira absoluta e imponente!

Ei, quem você é? Palmeira ou Tomateiro?