FELIZ ANIVERSÁRIO, CARO PROTAGONISTA DESTE ATO.
Com 12 anos, Dezembro de 1959 vim de Torrinha para morar em São Paulo.
Meu pai me levou ao Pacaembu para assistir a primeira partida da final do Campeonato Paulista daquele ano.
Santos e Palmeiras. Estádio lindo. Nunca tinha visto um campo daquele tamanho e nem tanta gente junta.
Os dois times entram em campo. Fogos de todos os lados, um barulho ensurdecedor...
O Santos todo de branco, cumprimentou o povão com aquela maneira
toda dele e começou a bater bola.
Foi amor a primeira vista.
Lembro-me ainda daquela linha: Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Que barbaridade!
A torcida naquela época era toda misturada. Palmeirenses e Santistas na maior harmonia.
Começa o jogo, bola vai, bola vem... Palmeiras 1 a 0. Gol de Zequinha.
Um monte de Palmeirenses pulam e gritam. Santistas passam a mão pela cabeça e lamentam o gol.
Em determinado momento eu pergunto: "Pai quem é o Pelé?
"É o numero 10, preste atenção na camisa."
Não dava para ver o número devido a distância e a gente se confundia naquela linha do Santos: Coutinho, Mengalvio, Dorval, Pelé...
Dalia a pouco, uma jogada infernal do Santos. Tabela da intermediaria até a área pequena. Golaço!!! O autor sai correndo e socando o ar.
Santistas pulam e gritam. Eu no meio. Palmeirenses passam a mão pela cabeça.
Um gordo sentado na minha frente, vira para traz, olha para mim, sorri e diz:
"Você não queria saber quem é o Pelé? Foi esse filho da .... que marcou o gol."
Hoje, quando vejo a violência dos estádios, as torcidas, uma separada da outra,... as mortes, sim as mortes... Vem-me a lembrança daquela linda tarde e do sorriso daquele gordo quando xingou o Pelé por ter feito um gol no time que ele torcia.
O jogo terminou empatado. Houve mais duas partidas depois. O Palmeiras ficou campeão esse ano, mas meu amor pelo Santos não mudou. Continua vivo, até hoje.
José Romeu