Aborto e voto

Ultimamente eu tenho pensado duas vezes até para comer carne de animais domésticos. Quando eu penso que os coitados tiveram que perder suas vidas para que eu os degustasse, arrepia-me a ação de certo e estranho arrependimento, o apetite vai embora e eu me ponho a reflexionar sobre a vida. O aborto vai muito mais além do que essa simplória colocação que aqui faço. Nele estão incluídas outras essências que nos proíbe a sequer pensar em sua realização. Uma vida incorpora valores sobre-humanos e não nos capacita jamais no sentido de sua erradicação.

Neste pleito de 2010 nós temos assistido muita falácia acerca do assunto. Candidatos com o terço na mão e à mão, travestidos de uma santidade de difícil convencimento social. O que estão querendo? Será que pensam que nós eleitores estamos alienados ao ponto de crermos que tudo isso é a epifania de suas fés? Tomara que não estejam eles a pensar por aí. Dizem que o raciocínio dos políticos em tempo de eleição muda. Eles passam a dizer o indizível e a demonstrar o ficcional como real. Coitados, nem sabem o que perdem ao assim procederem.

Não é necessário ter-se qualquer religião para se ser contra o aborto. É um homicídio qualificado doloso e insuportável de ter-se no seio de qualquer civilização cristã ou não. Atentar contra a vida de um ser que luta intra-uterinamente para vir ao mundo, é uma ação proibitiva demais até para ser posta em discussão. A vida é o maior valor de um ser humano. Retirá-la por qualquer meio ou motivo é, axiomaticamente, uma ação hedionda, indigesta, absolutamente pecaminosa.

Ou se é abortista ou se não é. Enganar é imoral. Esses políticos que mudam de opinião em detrimento de interesses pessoais nessas épocas eleitorais, devem entender que estão apenas requalificando os seus crimes e com isso afastando-se do que há de mais lícito em um pleito eleitoral, a verdade. Essa verdade compromissal deve brotar do caráter de cada indivíduo, independente de ser político ou não.

Julgar o fórum íntimo de ninguém é justo, mas, o que temos visto e ouvido recentemente nos debates políticos televisionados é algo de dúbio entendimento por parte do eleitorado. Há horas em que ninguém é ninguém e tudo muda. A exaltação à verve não deve ser um componente de admiração dentro do eleitor. É carecida muita observação diante do comportamento desse povo todo, identificando possíveis distúrbios de personalidade e outras coisinhas mais. Depois de eleitos eles podem oferecer-nos um governo de incertezas. No afã de conseguir votos, discursam prometendo o que não podem cumprir.

No que tange ao tema aborto, excluamos de nossas escolhas, os candidatos interessados nesse crime horrível. Não podemos acreditar em ninguém que se interesse em aniquilar a vida humana. Os recorrentes desafios que disso decorrem são graves demais. E, na hipótese que daí decorre é pior ainda. Se esses políticos mais desavisados com a vida, pautarem por suas conveniências pessoais na conquista dos votos que precisam para se elegerem, o eleitor estará nas mãos de um desgoverno e não verá o país, do ponto de vista de seu povo, sua gente,engrandecer-se. Esse falso triunfalismo que jorra por aí nas bocas dos candidatos camaleões não deve ser levado a sério. Ferro neles!

O Brasil é o país que mais arma compra da França. Imagine o eleitor se, além dessa corrida armamentista que estamos desenhando, disfarçadamente, na América do Sul, tenhamos que suportar o crime de aborto também entre nós? Dá não! Todo cuidado será pouco. Essa idéias ruins disseminam como se fosse uma tendência e a coisa fica pior. Evitar essas hediondices é melhor do que ficarmos à deriva sem saber se estamos ou não fazendo o que é certo. Lícito, sustentável.

A tendência de queda de um candidato e a ascensão do outro, tende a mudar o resultado das eleições no segundo turno. Não deixemos nenhum deles pôr em nossa aceitação a legalização do aborto e sua prática indiscriminada. A vida é um presente de Deus e apenas a Ele compete sua retirada.