Ciranda

“Como se fora

A brincadeira de roda

Memórias!

Jogo do trabalho

Na dança das mãos

Macias!”

(Gonzaguinha)

Nada como o cheiro, o aroma e a música para reavivar lembranças e até mesmo impedir o esquecimento algumas vezes tão desejado.

Hoje, não por acaso, um trecho da música “Redescobrir” de Gonzaguinha.

Na tentativa de espantar a melancolia que se fortalece nesses dias nublados, cantar sem compromisso com a afinação, redescobrindo memórias já tantas vezes visitadas, as mãos dançando na escrita.

No peito o desejo de poder ser mais nessa ciranda da vida, mas, mesmo não sendo, e com a prosa, mesmo que talvez fraca, a persistência vence.

E quando, frustrada pensa ter-se calado a ciranda, ela surge aproveitando-se de uma distração do silêncio. O burburinho e o fervilhar de idéias se faz ouvir. Discreto, sussurrado aqui, ali e ao redor.

Não, não se cala a ciranda, a prosa; elas são movimento e se fazem ouvir, ainda que baixinho, sorrateiras e sem fronteiras.

E, assim volta a esperança de “Renascer da própria força, própria luz e fé.”

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