NEM TUDO O QUE PARECE É

Interessante certas palavras parecidas no feminino e no masculino, mas uma não é o "sexo oposto" da outra. Ou têm a mesma grafia, com significados diferentes. O cigarro, por exemplo, não é o marido da cigarra. A cigarra canta, o cigarro mata. O cinturão não é o marido da cinturona. Um cinturão pode ser um cinto largo de couro ou um conjunto de asteroides, por exemplo. Já uma "cinturona", figurativamente, é alguém de cintura larga, como pode ser até um elogio para quem tem uma cinturinha de tirar o fôlego. O botão da rosa não abotoa o casaco. O furo de reportagem não é um buraco na parede. A casa não é a mulher do caso, embora muita gente que casa possa ter um caso extraconjugal. Só que aqui são duas "casas": o substantivo e o verbo. Mas quem casa quer casa, diz o ditado. Aí a coisa complica, porque uma casa não sai barato. Que, nesse caso, não é o marido da barata. Embora o caro, contrário do barato, e a barata assustem muita gente. Gente também é diferente. Embora todos tenham alma, em alguns parece que a alma foi embora. Aqui o "embora" do início da frase difere radicalmente do "embora" final... E como todo final que se preze, significa que algo acabou, finalizo esta labirintite literária com seu significado fiel: FIM!

Giustina
Enviado por Giustina em 23/10/2010
Reeditado em 14/02/2014
Código do texto: T2572977
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