AOS MELHORES AMIGOS


“Pois quem fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe” – Matheus 12:50

Não chamarei de “melhores” apenas alguns – todos são amigos e o valor agregado é uma mera questão da necessidade de cada um. E nem sempre a necessidade de cada um é muito justa, correto?
O que é um melhor amigo? Talvez aquele que supra todas as nossas carências, até mesmo aquelas relacionadas às broncas que necessitamos ao errar.
O que é um amigo de verdade? Bem, sei que é mais fácil encontrar um amigo do que definir suas verdades – até porque cada um tem a sua. Amigo é aquele que nunca falha? Aquele que jamais te traiu? Nunca o decepcionou? Eu poderia continuar meus questionamentos, mas se você respondeu sim às estas únicas três perguntas, sinto muito em dizer que deves relacionar-te com uma boneca inflável de algum Sexy Shop. Pense – mesmo ela pode estourar.
A forma é necessária àquele que dela ainda depende. Então, em suma, dependemos da mesma, visto que vivemos todos no mundo das formas. Entretanto, qual é a forma de seu pensamento? Qual é o limite de seu julgamento? Acaso podes moldá-los em tigelas? Alguém a quem você supostamente odeia pode tornar-se seu melhor amigo de um segundo para outro por simplesmente salvar sua vida.
Quanto pesa um sentimento? Há balança que possa aferi-lo? Assim, de maneira “disforme” vivemos em nosso interior, formatando nossas necessidades aos moldes externos. É chegado o momento da desconformidade; finalmente não haverá paridade entre a forma e o pensamento. Libertemo-nos da forma! Desnudemo-nos dela como uma virgem medieval em sua noite de núpcias. Olhemos as formas como crianças – somente assim não as perceberemos.
Posto que, libertos de uma única e limitada forma, flutuaremos acima de todas existentes; então veremos em êxtase, que poderemos ser e sentir qualquer uma delas.
Namaste.


P.S.: texto escrito por ocasião do Dia do Amigo - 20/07/2010