OS DEZ MANDAMENTOS

Perdão, por usar seu santo nome às vezes em vão, achando que basta chamá-lo, para que as coisas tenham mesmo sem esforços, solução. Desculpe se ainda penso apenas em materiais e acredito só em coisas tangíveis, esquecendo muitas vezes que devo lhe amar sobre todas as coisas. Não sou distante de seus ensinamentos, é que a vida nos leva por caminhos que nem sempre você pode estar, e assim eu me afasto um pouco, mas guardo os domingos e festas para refletir, muitas vezes em bares. Mas sei que me perdoa!

Tento não cobiçar a mulher do próximo, quando ele estiver por perto, mas nem sempre é possível, pois meus olhos arregalam quando vêem o belo. Perigo, mas o que fazer? Esforço-me sempre para nunca cometer o seu quinto mandamento (não matar), mas quando vejo políticos furtando na famosa cara dura, penso que não vou resistir e vou transgredir suas ordens e convocar o povo para usarmos a Lei de Lynch. Considero não ser pecado roubar o coração de uma mulher, por isso não preciso ser perdoado. Tenho que muito me confessar, pois desejo coisas que não me pertencem, como por exemplo: as canções do Chico Buarque. Honro sempre meu país (que é minha mãe), mas sou tratado como um filho bastardo por ela, sendo assim, não sou obrigado a lhe pedir a bênção todos os dias.

Sigo minha vida desviando de pedras que colocam em meus caminhos. Tenho que me perpetuar em meu filho, por isso a castidade eu não conto como seu mandamento. Levando em conta a situação, vou fingindo que LA VITTA É BELLA, para que meus inimigos não riam de mim e ainda digo que eles são o que menos “vale nesse seu mundão”. Perdoe-me, pois de todos os seus filhos eu sou o menor, aquele que está atrás do publicano e para dizer que tenho pelo Senhor enorme apreço eu digo: PAI NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU...

MÁRIO SÍLVIO PATERNOSTRO