O Homem e a Instituição
Uma coisa é estar na condição de pessoa física, outra na pessoa jurídica. Quando estamos investidos de um cargo, respondemos pela instituição a que pertencemos. Dizem até que é difícil desvincularmos do “crachá”, quando prestamos algumas informações ou qualquer pronunciamento veiculados nos meios de comunicação. Precisamos estar conscientes de que a opinião pública não nos vê como cidadão comum e sim como representantes daquela instituição, seja de âmbito municipal, estadual ou federal.
Ora, se o tema é abrangente, divulgado pelos jornais, redes de televisão e internet, não se pode imaginar que ali está a opinião do cidadão, mas do cargo que ele ocupa. É preciso estabelecer a diferença de estar entre quatro paredes, num barzinho ou numa bodega com os amigos, e estar em cadeia nacional, cercado de microfones por todos os lados. Aí sim, temos de considerar a opinião pública para quem o nosso crachá está sempre exposto. Precisamos, então, medir as nossas palavras, não falando sobre o que não conhecemos ou do que não temos certeza. Lamentável ouvir inverdades de uma autoridade, que terá de se retratar à sábia imprensa, que está sempre vigilante para noticiar os fatos como eles realmente ocorrem, pois é de sua credibilidade que depende a sua permanência como órgão de informação.
Como dizia a personagem Ofélia em seu bordão final, “Eu só abro a boca quando tenho certeza.” É assim que deve comportar-se o homem público, respeitando a liturgia do cargo e a sua instituição.