A MOLA QUE MOVE O MUNDO
Tudo o que se move depende de algo que lhe propicie movimento. E esse movimento pode ser produzido em si mesmo, ou seja, na coisa que se move, ou vir de fontes externas. Assim, a terra se move de forma contínua por causa de outros planetas que compõem o sistema do qual ela pertence, o sistema solar.
Mas que move o mundo?
Aqui não falamos do planeta terra ou sistema geofísico, mas dos sistemas de relações criadas, ou melhor, elaborados pelos homens, e que servem para as relações necessárias à sua subsistência, ainda que não necessariamente a sua sobrevivência.
São eles:
Político, comercial, financeiro, religioso, cultural, familiar, social, etc...
Nestes, um está inerente a todos, o financeiro. E tudo que o homem faz ele preocupa-se no quanto, seja do custo, seja do ganho. Ou melhor dizendo, quanto ele precisa dispender para realizar ou adquirir ou quanto ele irá obter ou ganhar no que fizer.
Assim, difundiu-se um dito que o dinheiro é a mola que move o mundo. E parece que é mesmo.
Mas vamos esclarecer. Será que para o ser humano sobreviver é necessário dinheiro? Parece que sim. Parece, mas não é obrigatoriamente certo que seja, veja:
Os povos que habitaram nosso país antes da chegada dos colonizadores, subsistiram até hoje sem que para isso tivessem obrigatoriamente um sistema mercantilista monetário. Ou seja, não faziam comércio tendo papel moeda como base de troca. Não quero afirmar que isso nunca houve. Mas, nos povos indígenas que ainda hoje estão fora do contato com os homens aculturados, não tem sido constatado isso. Parece que o seu comércio é feito por meio de escambo ou troca. O que não se admite numa sociedade moderna e progressista como a de hoje.
Entretanto, alguns exemplos podem nos conduzir a uma reflexão sobre isso, veja:
Quando ocorrem cataclismos que atingem cidades, não raro, Bancos e Bolsas de Valores fecham, ocasionando sérios transtornos aos seus usuários, principalmente aos clientes de contas de depósitos, os quais ficam impedidos de ter acesso aos valores depositados em suas contas correntes. Já aconteceu de empresário passar necessidade apesar de possuir dinheiro em Banco quando isso acontece.
Segundo noticiou-se na mídia, por ocasião da derrubada das “torres gêmeas”, em Nova York, milhões de dólares foram surrupiados das contas de clientes de um Banco ali existente, e que foram transferidos eletronicamente para outras contas, possivelmente fora do país, nos minutos que se seguiram ao ataque àqueles edifícios, deixando os clientes donos dos respectivos dólares “a ver navios”.
O dinheiro, circunstancialmente, facilita. Mas pode atrapalhar, também, veja:
Alguém que esteja como náufrago, certamente terá que abrir mão dele se quiser sobreviver. Da mesma forma, um milionário que sofra um acidente aéreo num deserto pode ficar a mercê da sorte, nada lhe valendo toda riqueza que porventura possua.
Alguém dirá: Pode até ser assim, mas que é bom é, e um pouco mais não faz mal.
No primeiro exemplo acima, atrapalha; no segundo, não facilita.
Quando o apóstolo Paulo ia prisioneiro para Roma, e sofreu naufrágio, mais de duzentos e setenta pessoas tiveram a mesma sorte. O navio se perdeu, mas Deus poupou-lhes a vida. E devido a intercessão de Paulo em favor do pai do governador da ilha em que se refugiaram como náufragos, eles foram favorecidos com alimentos para prosseguir viagem.
Certamente que no mundo, sistema perverso em que vivemos hoje, o dinheiro é que lhe move, e que bem serve aos seus fins.
O apóstolo Paulo, escrevendo numa epístola à Timóteo, previu dias trabalhosos, nos quais, entre outras fraquezas, os homens seriam gananciosos e ambiciosos. Ou seja, que só se ocupam com ganho. Que não se contentam com o que tem, mas que são ávidos por lucro, e por posse de bens e riquezas.
Diz uma escritura que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.
E esse amor ao dinheiro está sendo mola nas religiões, que tem feito delas fonte de lucro. Seus líderes não mais se ocupam em preparar seus seguidores para levá-los a Deus, mas, sim, para fazê-los produzir mais. Como gado, que é confinado para ser mais macio na hora de ser comido, ter mais carne para ter mais valor, e dar mais leite e mais lucro. Quanto mais eleitores maior conceito diante dos políticos.
Quando inquirido se era lícito pagar tributo, disse Jesus: “Dai a Cezar o que é de Cezar, e a Deus o que é de Deus”. De Cezar era a moeda (dinheiro) que lhe mostraram. De Deus é a obediência e o temor, que corresponde a submissão aos seus mandamentos.
De que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua salvação? Mt. 16:26.
Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. I Tm. 6:7.
Oli Prestes
Missionário