Amigos e Gaivotas

As gaivotas passam cada temporada em um determinado lugar e depois de satisfeitas, partem sem ao menos olhar para trás, ingratamente deixa aquele aconchegante local que calorosamente lhe servira de apoio e refúgio e nem pensa que pode precisar voltar um dia.

Os amigos não são tão diferentes, sabe por que? Eles passam por nossas vidas por um determinado período, invadem os nossos corações e como parasitas sugam quase toda a nossa força. Depois de bem fortalecidos e satisfeitos, estes levantam vôo e nos deixam, sem nem se quer despedir ou agradecer.

A única diferença entre as “Gaivotas e os Amigos”, é que o primeiro grupo trata-se de seres irracionais, sem sentimentos, animais mesmos, portanto, seu ato de abandono pode ser perdoável e friamente aceito, já os amigos? Estes, ainda que teoricamente, deveriam ser Humanos, têm ( ou deveriam Ter), “embora nem sempre usam” sentimentos, são racionais, têm sentidos perfeitos e sabem o quanto é triste a dor do abandono e o escuro da solidão, porém, ainda assim não exitam quando se trata dos verbos que expressam o ato de abandonar e ingratidão.

Raça cruel a dos supostos Amigos, eles são como pássaros mágicos, que nos enfeitiçam com seu belo canto e sem que percebamos tornam - se partícipes do nosso grupo, indispensáveis para o nosso equilíbrio vital. È indizível a emoção em ouvi-los cantar!!!

Eles são extremamente poderosos, capazes de dar e ao mesmo tempo tirar vidas, como um mal necessário, todos necessitamos deles, durante o tempo em que passam conosco servem como alicerces. O pior de tudo é que embora fingimos não saber, uma hora ou outra vão partir para não mais voltar...

O único consolo que temos é que após uma estação logo vem outra, assim, preenchemos o vazio deixado pelos velhos AMIGOS acolhendo novas gaivotas, deste modo vamos sobrevivendo á rota furiosa da ilusória vida até que não haja mais fim...

Meu bando de amigos se foi, quem serão as novas gaivotas???

Lika