O papagaio Soró x IBAMA
Soró é um papagaio. Soró é epiléptico. Soró vive em São Paulo há 26 anos, com sua dona.
Mas corre o risco de ser “sacrificado” ou abandonado à própria sorte na mata.
Isso em razão de uma lei, e do olhar obtuso de um agente do IBAMA.
Cumpridora de suas obrigações, em 2002 a sua dona, ao tomar conhecimento de uma nova lei, solicitou ao IBAMA uma autorização para mantê-lo e criá-lo em casa. Conseguiu.
Como as normas brasileiras atuais não permitem mais a criação dessa espécie em cativeiro, um burocrata do IBAMA, que não tinha nada mais interessante a fazer – afinal não existem casos de desmatamento, nem de crimes ambientais ocorrendo no nosso país – lembrou-se de Soró e emitiu uma ordem para que a dona o entregasse. No documento do IBAMA, consta que a espécie deve ser entregue “para ser sacrificado, se doente, ou entregue à natureza, se sadio”.
A lei é clara, a lei é fria. Deve ser obedecida. Mas o que leva um burocrata a querer retirar um animal que vive há mais de 25 anos com uma família humana, para largá-lo na natureza? É de conhecimento de todos e principalmente de especialistas (acredito que haja especialistas no IBAMA) que um animal, após anos de convivência humana, ou de cativeiro, dificilmente sobrevive na natureza.
Mas Soró, além de tudo, é doente. Então ele irá ser sacrificado. Qual o sentido disso?
Por que não deixar o pobre papagaio junto à sua família, onde ele é amado e cuidado?
Ainda bem que há pessoas com algum bom senso na nossa justiça e a dona ganhou temporariamente a briga e poderá continuar com Soró até o julgamento definitivo.
Enquanto isso ... grandes empresas estão desmatando a Amazônia, animais estão sendo traficados para o exterior, outros estão sendo mortos em caças proibidas. Mas o IBAMA tem coisa mais importante a fazer...