Quisera
Quisera eu poder fechar-me em mim mesma, erguer os muros e habitar no intocável, mas as pequenas frestas me expõem tornando-me vulnerável.
Essa minha eterna mania de não viver o luto, e de sobrepor o que não quero sentir, um círculo vicioso.
Uma busca incansável pelo que constitui a minha essência, pelo que sou de fato, pois dissimulados todos nós somos, em níveis diferenciados, mas somos... Vez por outra quem não se pega representando?
São impostas tantas regras explícitas e implícitas, estas são as piores, que o disfarce é obrigatório. Sou demasiadamente infratora, mas mesmo assim as máscaras vão surgindo, e muitas vezes ao me olhar no espelho tenho dificuldade de me reconhecer não só pelo que já fiz, mas por aquilo que estou na iminência de fazer.