COMUNICAÇÃO

A comunicação é ao mesmo tempo um fenômeno corriqueiro e complexo.

Quer ocorra entre seres da mesma espécie ou de espécies diferentes, a comunicação se dá entre o emissor e o receptor ou receptores, através de um código que, sendo perfeitamente inteligível, leva a mensagem que é o objetivo da comunicação.

Até hoje se considera que somente o ser humano se dedique ao estudo da comunicação que vai desde uma pancada num instrumento sonoro até os mais sofisticados satélites artificiais, passando por sinais luminosos ou de fumaça, bandeiras, rádio, televisão, telefone, rádio farol, apitos, código Morse (em desuso), etc.

O estudo apurado das mensagens sempre revelará o desejo do emissor que poderá estar associada a uma necessidade básica, como o choro de recém nascido que informa à mãe ou ao responsável que algo incômodo está acontecendo; o perfume exalado por uma flor que, avisa ao polinizador que há néctar ou glândulas de perfume que podem ser utilizadas por insetos, pássaros ou morcegos desde que ele, o polinizador, leve seus grãos de pólen até outra flor; o uivo dos cães solitários informa a quem estiver ouvindo que ele precisa de companhia ou o desejo de domínio sobre grandes áreas; os discursos inflamados de “líderes” como ditadores ou democratas sem convicção, mandatários religiosos como aiatolás, papas, pastores; ou a fluência dos camelôs das feiras livres e calçadas das grandes cidades objetivam angariar seguidores fies ou clientes.

O interesse, geralmente ligado ao poder, é quem norteia as comunicações entre os animais que utilizam feromônio, sons, gestos, luzes e cores para transmitir ao seu semelhante, ou não, a sua posição de dominador da área.

São exemplos disso os desfiles militares; as marcas deixadas em arvores por felinos e ursídeos; as fezes e urina de cães e gatos; o canto dos galos; o trinar dos pássaros; os muros e cercas das residências humanas; as pinturas corporais dos aborígenes; a luminescência dos pirilampos, tudo isso pode e deve ser entendido como “não entre que esse terreno é meu” ou “se você quiser ficar com o que é meu eu sou tão forte que posso lhe matar”.

Há que se considerar também a vertente da comunicação informativa que para a espécie humana é o jornalismo. Neste caso a seriedade e imparcialidade do agente ao transmitir a informação é quem vai conferir à empresa jornalística a credibilidade necessária para que não haja deturpação da realidade nem monitoramento da opinião pública, mas isso é utópico. Todo veículo informativo tem no seu editorial a linha mestra da conduta que norteará as informações sobre os acontecimentos por mais monossilábica que seja a manchete. O uso do verbo sempre no presente impõe veracidade irrefutável a noticia.

A comunicação é fonte de aprendizado e veículo de transmissão de cultura. Qualquer animal (humanos no meio deles) criado em cativeiro ou isolado dos seus semelhantes não se desenvolve convenientemente, não demonstra o elenco comportamental da sua espécie e nem será capaz de um aprendizado eficiente para vida autônoma.