A Guitarra...
Hoje me sentei no quarto para tocar guitarra. A janela estava aberta – era tarde. O entardecer é mudo – sei eu. Cada acorde aos meus ouvidos tinham o mesmo som e por mais distintas posições dos dedos, cada nota tinha o seu nome. Talvez os pássaros curvassem seus ouvidos com certa beleza, mas tudo o que eu ouvia era sempre a mesma melodia. A tarde fez-se noite, levantei-me e guardei a guitarra. O silêncio fora rompido pela ausência. O ar do quarto havia furtado seu perfume e o silêncio agora tinha um nome Era o seu. As paredes tinham a sua carne – a guitarra seu corpo... O quarto era inteiro o seu ser...