Carolina Vota no Segundo Turno

Leio hoje nos jornais o apoio de importantes artistas e intelectuais a determinado candidato à presidência do país. Não posso dizer que me surpreendo e nem que acho a idéia infeliz. Continuo apostando nos intelectuais e, sobretudo, nos artistas. Principalmente quando eles nos encantam os corações com suas produções irretocáveis, quando eles brincam com as nossas emoções. Destacando-se, no grupo dos apoiadores, um poeta (apesar de ele não se reconhecer como tal) e também um dos grandes nomes da nossa MPB contemporânea. Apesar de flamenguista (ele é tricolor), não escondo a minha admiração irrestrita pelo artista. Ele é demais. Mas enquanto artista, poeta, compositor, etc. Enquanto homem é suscetível de cometer as mesmas m... que cometemos todos os dias, às vezes mais, às vezes menos.

O que não impede que particularmente continuemos admirando-o. É por isso que precisamos ter clara a distinção entre o que é o homem e o que ele produz. A universalidade da obra não deve servir de estofo para que nos sintamos propensos a comungar de tudo o que pensa o artista. Precisaremos sempre de mais elementos para nos definirmos. Até mesmo em relação a nós mesmos. A nossa Carolina também tem olhos tristes. Mas não será a Carolina na qual aprendemos a reconhecer amarguras e tristezas que nem mesmo o seu criador imaginou...

Rio, 19/10/2010

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 20/10/2010
Reeditado em 20/10/2010
Código do texto: T2566931
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