PALHAÇO DESMASCARADO
De: Ysolda Cabral
Quando não tenho o que falar; me calo. Entretanto, meu silêncio diz mais de mim do que qualquer outro meio de comunicação que possa existir num ser humano, além da fala.
Agora deixar de escrever é difícil, pois é uma das coisas que mais gosto de fazer, apesar de não saber português, nem conhecer a nova ortografia e de não saber nem de mim.
Mas o fato é que, não posso ver um pedacinho de papel ou um teclado que já vou escrevendo o que me vem na cabeça.
E a maioria daquilo que escrevo são sentimentos meus. Situações vividas por mim ou por outras pessoas as quais, se tiverem algum conteúdo interessante; uma mensagem proveitosa ou simplesmente para divertir e/ou entreter, conto através de crônica ou poesia de versos livres, porém ritmados, para facilitar a composição de uma ou outra música que vez por outra componho. Claro que as situações vividas por terceiros, somente publico com a devida autorização, evidentemente.
Além de matuta nata, de Caruaru-PE, sou “palhaço” e de categoria razoável desde menina, quando inventava mil histórias engraçadas para fazer todo mundo rir, principalmente mamãe.
- Adorava vê-la sorrir, cantar e tocar seu bandolim... Ela era linda, sábia, inteligente, prendada e muito, muito generosa. A melhor mãe do mundo!
Quando ela ficava triste, eu morria por dentro. Por fora, me “vestia” de palhaço, valente, alegre e muito, muito divertido.
Só que eu tinha um diário...
Um dia o esqueci aberto em cima da minha cama.
- Ela leu...
A partir daí, não precisei mais de diário.
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Ilustração: Carlos Lócio
Pintor pernambucano e professor de artes plásticas