Tudo pode em tempo de eleições.
Neste mês, três invasões em prédios abandonados foram feitas e facilitadas no centro da Cidade de São Paulo. Faixas vermelhas com sigla foram dependuradas do alto dos prédios, todos do governo federal. As pessoas, aproximadamente quinhentas, se dizem “sem moradia”. Ligações clandestinas foram feitas para iluminar os andares desses prédios. À noite, caminhonetes trazem geladeiras, micros, TVs, móveis e caixas fechadas, para melhorar a situação dos coitados. As pessoas que lá invadiram são homens, mulheres, rapazes e mocinhas já mães com crianças de mais ou menos um ano no colo, bem como crianças mais crescidas.
Ninguém pode tocar nessas pessoas que se espalham por bares pedindo água, café e salgados, e em lanchonetes querendo encher galões enormes com água. Até nos supermercados, imploram aos fregueses que paguem bolachas, iogurtes, frutas e leite para as crianças.
Sábado estive na lanchonete onde freqüento e lá notei que umas quinze pessoas do prédio mais próximo invadido, foram comer feijoadas e se esbanjavam com batidas e cervejas. Suas várias crianças, após comerem um pouco, corriam alucinadamente por entre as mesas.
Ontem fui assistir ao futebol na lanchonete e reencontrei os mesmos, todos limpos e penteados, comendo sanduíches e tomando vitaminas, e os adultos se divertindo com as rodadas de cervejas.
Observei que, tanto no sábado quanto no domingo, eles pagaram suas contas com notas de R$ 50,00. Ué! Não têm moradia e têm dinheiro!