Eu e meus livros
O prazer que os livros me causam é imensurável. São meus filhos, meus pródigos, parte inseparável de mim. Na verdade os livros sou eu, eu é que os transformo, que absorvo. Leio-os numa saga só, na ânsia de um faminto sedento por alimento. Sorvo cada linha, desbravo cada letra. Formo no meu consciente o que leio, vivo a leitura, transformo o literário em real.
Cada livro que passa por mim tem seu tempo certo. Rápido, porém intenso. Devia estar ali, naquele momento, em minhas mãos. Não podia tê-lo lido nem um dia antes, menos ainda depois. Meu espírito está preparado para recebê-lo justo quando li, para aproveitar toda a inteligência e maestria que bons livros têm a nos propor.
Sou um impaciente convicto. Não suporto esperas, nem filas e atrasos. Um aquariano chato, isso que sou. Invariavelmente e, infelizmente, as circunstancias nos dispõem do que não suportamos. Eis que estou em filas a esperar o atraso alheio. Aborreço-me. Neste momento só um livro me salva. Só uma boa leitura me tira do incomodo, do tempo perdido, do meu desgaste mental.
Os livros são válvulas, de escape, de conhecimento, de saber. São prazeres, são passatempos, são vidas, são manias.
Benditos seríamos, se todos, sem exceções, nos debruçássemos ferozmente sobre páginas de bons livros.