UM FATO CURIOSO
 
     Três horas da madrugada e como sempre a insônia me fazia companhia. O insistente tic-tac do relógio que não me deixava esquecer em nenhum instante que a noite estava passando e eu não conseguia dormir.
     O sol em plenitude iluminava o outro lado do planeta e ainda restavam muitas horas de trevas até que ele retornasse para o lado de cá.
      De repente o silêncio noturno foi quebrado pelo gorjeio de um pássaro, para ser mais precisa acho que de um corruíra.
     Fiquei deveras intrigada. O que significa um passarinho cantando em plena madrugada?
     Levantei-me e olhei pela fresta da janela, mas não consegui vê-lo.
     Deite-me novamente e fiquei ouvindo aquela melodia tão agradável durante a luz do dia, mas àquela altura da noite... Da licença é hora de passarinho estar no sétimo sono...
     Cheguei a desconfiar que o pássaro era sonâmbulo ou que sofria de síndrome de coruja, ou então levava a vida de boêmio...
     O fato é que aquela serenata bem perto da minha janela permaneceu por mais de meia hora e não sei dizer qual de nós dois acabou dormindo primeiro.