Felicidade e Tristeza São Momentâneas...

Por um momento, quando baixava o portão frontal de minha casa, me senti feliz.

O portão tem formato de portão eletrônico, está estruturado para tanto, mas não tem motor; portanto, temos que fazer no manual mesmo.

Quando minha mulher saiu de carro, pediu que em seguida eu abaixasse o portão pra ela, que ia levar a Ruth no veterinário. Foi nesse momento, entre a sala de meu escritório e o portão, alguns três ou quatro metros, e quando ergui o braço para abaixá-lo, e olhei o horizonte e vi o brilho do sol ofuscando minha visão, e o som dos pássaros presos do Sr. Jacir, foi que fui acometido por um lapso intenso de felicidade, algo muito curto, mas que os reflexos se prolongam no tempo-espaço devido ao fato de eu trazê-lo em lembrança até aqui e registrá-lo nesta sentença.

Percebi claramente que a verdadeira felicidade é uma indiferença por tudo, uma indiferença no bom sentido, obviamente, no sentido de desapego, de abandono, de tudo que é superficial e banal e preenche por vezes nossa existência.

É cumprir suas obrigações, mas não se arrebentar intimamente por isso.

É não desejar “matérias” em demasia.

Quando tudo estiver “fodido”, olhar o sol e ouvir a vida... E que tudo passa...

É agir e nutrir lembranças de atos de força e perseverança, de aprendizagens advindas de comportamentos de resistência, raciocínio e determinação.

É saber que o que realmente vale na vida está dentro de cada um de nós, e que nada adianta girar o mundo em busca da felicidade se não a tiver dentro de si mesmo. Parece banal, nada original, mas é o real.

Às vezes se consegue mais a felicidade acariciando um cão deitado no chão, num sábado de verão, do que estar abarrotado de dólares dentro de um avião rumando para o Afeganistão... Estamos em guerra e sempre estivemos em guerra, uma vez que a guerra está na nossa mente.

O homem aprendeu de tudo na vida. Voou, sobrevoou, alcançou profundezas marítimas e outros mundos, descobriu uma infinidade de coisas, curas, soluções, milagres, os quais provavelmente devem existir milhares de livros sobre o assunto, uma coisa ele não conseguiu descobrir ainda: como cessar a guerra que assola sua terra interna?

Savok Onaitsirk, 03.11.09.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 15/10/2010
Código do texto: T2557800
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