AMOR ( Parte I )

- PARTE I -

Nossa passagem por essa vida não se dá por acaso. O mundo nada mais é do que uma escola onde aprendemos na prática, lições preciosas e fundamentais para nossa evolução moral e crescimento como um todo.

Vivemos uma batalha constante entre o bem e o mal, às vezes de uma forma tão sutil, que nem ao menos percebemos. Somos pessoas, espíritos... almas diferentes. Cada um com sua batalha e lição particular a ser aprendida. Cada um de nós tem a sua verdade, que é aquela que conseguimos enxergar. E por isso, fica muito difícil falamos em uma que seja única. Porém, há uma entre todas as verdades, que podemos dizer ser absoluta e soberana entre todas as outras: A LEI UNIVERSAL DO AMOR.

Mesmo que nós muitas vezes não venhamos a perceber, todos sem exceção, buscam pelo amor. Até o mais cético dos céticos, cedo ou tarde olhará a sua volta a procura do conforto salutar, que só a energia amorosa pode nos fornecer.

Quando falo de amor, me refiro ao amor universal que se presenta de diversas formas: No amor entre amigos, entre pais e filhos, entre parentes, entre casais, entre desconhecidos e até mesmo no amor entre desafetos. Este último, creio que seja o mais difícil exercício de amor que poderemos ter que aprender.

Espero que no decorrer dessas linhas, eu seja capaz de caminhar pela estrada da da reflexão , tornar um pouco mais fácil para todos e para mim mesma, entender um pouco mais sobre o amor.

O amor é um sentimento tão poderoso, que talvez ainda não sejamos capazes de reconhecer todas as suas manifestações. Pois não creio que tenhamos chegado a esse nível de evolução. Mas tenho fé que a seu tempo, cada um de nós alcançará patamares mais elevados da evolução moral e espiritual. E quando isso acontecer, muitos males e chagas que hoje nos afligem deixaram de existir em nós. E estaremos ainda mais aptos para praticar amor de forma incondicional e com uma abrangência inimaginável aos limites de nossa visão atual.

Muitos poetas e filósofos já meditaram, discursaram e escreveram sobre o amor. Da mesma forma, inúmeras definições foram dadas a esse sentimento. Nós mesmos muitas vezes, nos pegamos a tentar definir o que é o amor. Até mesmo, não sei se vocês se lembram , bonequinhos e figurinhas onde vinha escrito: “Amar é...”, virou uma coqueluche que até hoje deixa seus frutos e derivados por revistas, objetos e pela vasta rede virtual que temos acesso.

Mas percebo que por mais definições que a gente encontre, por maior que seja o número de livros e artigos que lemos ou por maior que seja o número de músicas falando de amor que agente ouça. Lá no fundo, mas bem lá no fundo do nosso íntimo, não para de ecoar a pergunta: “O que é o amor?”.

Eu mesma não sei se seria capaz de definir, então eu me pergunto:

- Será que o amor realmente precisa definição? E se precisa, porque precisa?

Em resposta digo que por muito tempo também eu procurei uma definição para o que venha a ser amor. Mas faz bem pouco tempo, pouquíssimo eu diria, que comecei a ter dúvidas. Eu comecei a crer que essa necessidade que temos de definir o amor, talvez ocorra porque mais que defini-lo, necessitamos torná-lo palpável a nossa ainda tão rudimentar percepção, para que dessa forma possamos praticá-lo e reconhecê-lo quando o encontrarmos.

Uma outra coisa interessante é que sem querer eu percebi, digo sem querer, porque foi em um momento de reflexão com o qual eu não contava. Enfim, eu percebi que nós estamos sempre ávidos por encontrar o amor no próximo, seja ele quem for. Sendo sincera, eu não acredito que a gente faça isso de forma premeditada. Sai da gente sem querer! Involuntariamente, como um reflexo. Mas a verdade é que, conscientes ou não, fazemos isso todos os dias e várias vezes ao dia. Estamos sempre querendo que os outros nos ouçam, que os outros sejam pacientes conosco, que compreendam nossas falhas, nossos erros. Que sejam solidários as nossas dores, que compartilhem conosco seu tempo e as suas riquezas... Que sejam sempre generosos conosco.

Como não existe um sentimento além do amor capaz de nos inspirar tanta generosidade. Isso significa que estamos sempre esperando do próximo, um gesto de amor... Estamos sempre esperando que nos amem! Esperamos e contamos sempre com o amor vindo de fora. E a recíproca? Seria assim... verdadeira?

Acho que vale apena pararmos e tentarmos lembrar de quantas foram as vezes em que fomos solidários. Quantas foram as vezes em que estivemos dispostos a ouvir, a tentar compreender as fraquezas do outro ou relevar os erros de alguém?

Convém fazermos uma recapitulação de nossas atitudes e procurarmos avaliar quantas vezes fomos generosos com alguém além de nós mesmos. Muito provavelmente chegaremos a conclusão de que foram poucas se comparadas com aquelas em que reivindicamos dos outros, esse comportamento.

- Então pra que definir?

Bem no fundo de cada um de nós, da mesma forma que ecoa a pergunta também soa a resposta, E a resposta é:

- Você sabe.

Significa que não é através de uma mera definição em palavras do que é o amor, que seremos capazes de conseguir identifica-lo no outro e em nós mesmos. E que não é obrigatório ou necessário termos a certeza de quando, ou se, estamos sendo amados para nos sentirmos seguros para amarmos também. O amor é um sentimento que dispensa condições e definições. É um sentimento que para além

de ser sentido... Ser exercido.

Ser amado não é tão simples como pretendemos que seja, pois, para termos condições de reconhecer o amor quando o recebemos, se faz necessário que saibamos reconhecê-lo primeiro dentro de nós mesmos. E assim, exercê-lo.

Caso contrário, acabaremos muitas vezes por confundir o amor com simpatias fugazes. Enquanto que o amor, assim como ocorre com um autista que não percebe o mundo ao seu redor, nós também não seremos capaz de reconhecer... Mesmo que estejjamos sendo amados.

Partindo desse princípio, nada de mais sábio me vem em mente para dizer além de:

- Sejam generosos.

Por Cinara Oliveira

cinara
Enviado por cinara em 14/10/2010
Reeditado em 01/10/2023
Código do texto: T2556998
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