SOBRE A ORIGEM DO AMOR
Li um texto de Ferreira Gullar que trata do amor, diz que houve uma época em que ele pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na garganta, quando pronunciasse – eu te amo -, mentindo, o gatilho disparava e elas explodiam. Então, me veio à lembrança um festivo Banquete descrito por Platão; nesse banquete, entre outras personalidades encontrava-se Sócrates e o assunto discutido entre os convidados era o AMOR. Coube a Sócrates explicar a origem deste sentimento pela visão mitológica que lhe foi contada pela sacerdotisa Diotima da cidade de Mantinéia.
E tudo aconteceu quando Afrodite nasceu, houve uma grande festa no Olimpo e que, entre os demais, se encontrava Recurso (Póros), possuidor de toda riqueza. Esse rico rapaz era filho da deusa Métis ( a sabedoria, inteligência prática, prudência). Depois que acabaram de jantar, veio para esmolar do festim a Pobreza (Penia, uma jovem mendiga) e ficou pela porta. Ora, Recurso, embriagado, penetrou o jardim de Zeus e, pesado, adormeceu. Pobreza então, tramando engendrar um filho de Recurso, deita-se ao seu lado e pronto concebe o AMOR.
O AMOR, filho de um pai sábio e rico e de uma mãe que não é sábia, e pobre, nasce sob o signo da beleza. Eis porque o AMOR ficou companheiro e servo de Afrodite por ter sido gerado em seu natalício, ao mesmo tempo que por natureza amante do belo, porque também Afrodite é bela. No entanto, é visto também pelo lado materno sempre pobre e longe está de ser delicado e belo, como a maioria imagina, mas é duro, seco, descalço e sem lar. Mas, segundo o pai, porém, ele é insidioso com o que é belo e bom, e corajoso, decidido e energético, caçador terrível, sempre a tecer maquinações, ávido de sabedoria e cheio de recursos , a filosofar por toda a vida, terrível mago, feiticeiro, sofista, está no meio da sabedoria e da ignorância.
Esta é a história da origem do amor pelo lado mitológico, considerado uma afortunada benção que garante felicidade ( eudaimonia). Uma assinatura do theos (divino) em todos nós.
(Texto baseado na tradução de “O Banquete” de Platão, traduzido pelo professor José Cavalcante de Souza – Escola Superior de Direito Constitucional – ESDC/ RJ)
Li um texto de Ferreira Gullar que trata do amor, diz que houve uma época em que ele pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na garganta, quando pronunciasse – eu te amo -, mentindo, o gatilho disparava e elas explodiam. Então, me veio à lembrança um festivo Banquete descrito por Platão; nesse banquete, entre outras personalidades encontrava-se Sócrates e o assunto discutido entre os convidados era o AMOR. Coube a Sócrates explicar a origem deste sentimento pela visão mitológica que lhe foi contada pela sacerdotisa Diotima da cidade de Mantinéia.
E tudo aconteceu quando Afrodite nasceu, houve uma grande festa no Olimpo e que, entre os demais, se encontrava Recurso (Póros), possuidor de toda riqueza. Esse rico rapaz era filho da deusa Métis ( a sabedoria, inteligência prática, prudência). Depois que acabaram de jantar, veio para esmolar do festim a Pobreza (Penia, uma jovem mendiga) e ficou pela porta. Ora, Recurso, embriagado, penetrou o jardim de Zeus e, pesado, adormeceu. Pobreza então, tramando engendrar um filho de Recurso, deita-se ao seu lado e pronto concebe o AMOR.
O AMOR, filho de um pai sábio e rico e de uma mãe que não é sábia, e pobre, nasce sob o signo da beleza. Eis porque o AMOR ficou companheiro e servo de Afrodite por ter sido gerado em seu natalício, ao mesmo tempo que por natureza amante do belo, porque também Afrodite é bela. No entanto, é visto também pelo lado materno sempre pobre e longe está de ser delicado e belo, como a maioria imagina, mas é duro, seco, descalço e sem lar. Mas, segundo o pai, porém, ele é insidioso com o que é belo e bom, e corajoso, decidido e energético, caçador terrível, sempre a tecer maquinações, ávido de sabedoria e cheio de recursos , a filosofar por toda a vida, terrível mago, feiticeiro, sofista, está no meio da sabedoria e da ignorância.
Esta é a história da origem do amor pelo lado mitológico, considerado uma afortunada benção que garante felicidade ( eudaimonia). Uma assinatura do theos (divino) em todos nós.
(Texto baseado na tradução de “O Banquete” de Platão, traduzido pelo professor José Cavalcante de Souza – Escola Superior de Direito Constitucional – ESDC/ RJ)