Mineiros soterrados, e nós?
Navegando na internet, como de costume, indo acessar meu e-mail, vejo no portal do provedor a notícia sobre o resgate dos mineiros, que está sendo bem sucedidos.
Com toda certeza, não deve ser facil passar sessenta e nove dias soterrados em ambiente insalubre com trinta e três homens e sem nenhuma mulher. Brincadeiras a parte e voltando ao tema deste texto, esse fato na histórida da humanidade é sem dúvida um grande marco para todos nós, e até mesmo um exemplo de vida.
A fé dos mineiros foi essencial nessa história, mas não só a fé deles bastou, a perseverança de seus famíliares, amigos e relacionados, que não se contentaram até resgatá-los. Essa união forte, fez com que o salvamento fosse possível, e mais uma vez faz valer o dito popular "a união faz a força".
Mas e nós, como nós andamos em nosso cotidiano. Muitos de nós estamos soterrados de forma até pior que a dos mineiros do Chile. Podemos não estar soterrados fisicamente, mas nossa mente está. Milhares de jovens hoje, entregam suas vidas ao vício, pouco se importam com o amanhã, creem que seu futuro está perdido e nada esperam dele. Muitas vezes jovens de famílias ricas, cujos pais poderiam dar um futuro digno e próspero, mas que os filhos desiludidos nada querem. Mas por que isso? Quem vai resgatar essa juventude soterrada? Haverá uma sonda para resgatar esses jovens?
Infelizmente, quando o resgate não é físico, ele é muito mais lento e dificultoso, e muitas vezes sem sucesso. Nós estamos tendo o desprazer de conhecer uma juventude perdida, soterrada pelas drogas lícitas e ilícitas, mas não são as drogas por si só as culpadas disso tudo, longe disso, as drogas são coisas, coisas por si só não dão origens a problemas sociais, apenas servem de ponte para estes.
A origem dessa geração perdida, ora também chamada de "Geração do Milênio" está no seus próprios pais, que ignoraram os valores que eles consideravam antiquados, quando não, ignoraram seus póprios filhos, entupindo eles de presente e ignorando o afeto, criando máquinas ao invés de filhos, de futuros para a nação. Hoje discute-se, no mundo do Direito, a importância do afeto na família, de forma um tanto tardia, como de costume no mundo do Direito, que infelizmente não recuperará uma geração inteira perdida, mas certamente evitará que as gerações futuras se percam, como esta se perdeu.