Padroeira mãe!
Um ideal, uma luta. Esforço, suor e lágrimas. Superação! Conhecer o milagre do sabor da recompensa do objetivo alcançado, do trabalho feito.
Milhares de corpos, acinzentados, outros, que se destacam na multidão, coloridos, ardentes. Por quê não? Apaixonantes. Seguindo o dia-a-dia, como batalha, donos de sua própria sabedoria. Artistas da guerra? Amantes da paz? Cabeças guiando corpos que se lançam ao cotidiano fatídico do trabalho, da organicidade elástica, plástica da fatalidade urbana, campestre, social. Alheios, alienados, seguem para o trabalho, e para casa, satisfeitos com a certeza do sustento do dia de amanhã. Todos nós.
Mas hoje, milhares, desses milhões, voltaram-se ao coração e com pujante amor e fé. Caminharam em torno de suas almas e puderam compartilhar uma das mais significativas parcelas do universo, realizando um retorno intenso, uma religação transcendental, ao incompreensível, à esperança e à fé. No dia da nossa Padroeira, guerreira, protetora do nosso país (caráter interessante da expressão afetiva brasileira, da nossa brasilidade), protetora de todo o mundo! Mãe de Deus, mãe de Jesus, nossa mãe!
Hoje foram tantos que entregaram, com carinho e doçura, parte do seu coração, para esta que não exige dinheiro, mas apenas que cada um seja feliz, compreenda o seu caminho e o siga da melhor maneira possível.
Também eu, não pude fazer diferente, e mesmo sabendo que por mais que eu escrevesse, é possível, que nunca viesse a alcançar um texto que fosse pelo menos digno de toda a sua grandiosidade, este pequeno texto, eu fiz com o coração.
Para o maior dia das mães que possa existir, eu esforço-me em construir esse humilde presente.
Salve a nossa Padroeira, mãe dos milagres, mãe da esperança, do amor, da tolerância.
Mãe, é mãe.