Crônicas do Zé - Canção de amor
O amor está no ar! Zé sorri como bobo por todos os cantos e só pensa nela! Zé quer viver um amor de cinema, dos livros romancistas e das canções bregas que tocam nos botequins. Bebendo dessa magnífica fonte de inspiração, Zé resolve escrever uma canção, ele quer cantar todo seu amor para sua amada. Pega seu violão e começa a pensar em palavras que rimam com amor, mas só consegue lembrar daquelas rimas pobres já utilizadas pelos cantores de pagode: Amor/flor/sabor/dor/calor/etc... Para o coração de um “ninguém” apaixonado tudo fica lindo, até mesmo dizer que o “pranto chora”, o amor é uma coisa linda e maravilhosa! Aaaa o amor!
Zé sabe que em canções de amor tem que descrever com detalhes tudo o que há de perfeito na amada. Tem que falar do olhar, do sorriso, do toque, da boca, do jeito que ela te abraça e até da forma linda que ela te chama de canalha! Mas não pode esquecer dos beijos, hummmm aquele beijo que te leva até o céu com sabor de mel. Zé capricha nas rimas, é um amor em A-B-A-B!
Agora vem a parte de musicar a sua linda canção, Zé segue a linha das músicas românticas que estão moda: Quatro acordes, refrão com o nome da amada e aquela parte final com o tom altíssimo que o vocalista insiste em desafinar. Pronto, agora o Zé concluiu seu trabalho, ele vai finalmente cantar todo seu amor para sua pequena!
Mas algumas coisas preocupam o Zé: Será que ela vai gostar? Será que ela é do tipo romântica? Será que ela vai achar ele um mané e rir? Com esse medo Zé irá guardar sua canção e ocultar todo seu “talento”. Porque se um dia esse amor acabar ele pegará seu violão, cantará e chorará. Após um porre daqueles! Bem típico de um poeta romancista, mas ainda lhe faltará uma coisa: Escrever bem.