CRÔNICA – Sou um homem triste...

 
            Faz vinte anos que comecei a construir uma casa na praia, aqui mesmo na zona sul do Estado, no grande Recife. Ainda não tive condições de concluí-la, pois a renda diminuiu depois do governo do presidente Lula, um homem do nordeste, criado em São Paulo (pode-se dizer que é paulista).

            Claro que pensando nos filhos e netos que poderiam vir, bolei uma casa até certo ponto grande, inclusive com apartamentos ao lado, a fim de que em épocas de festividades, por exemplo, pudessem esses rebentos ficar bem alojados, praticamente à beira da praia.

            Pensando na cervejinha de final de semana, fiz três quiosques, um deles, inclusive quase entrando no mar; três churrasqueiras, piscina de 10 x 5m, parque de diversões para crianças; comprei barco de fibra, construí duas jangadas de madeira, tudo com o pensamento voltado àqueles caras de sorte que mencionei acima. A casa virou um elefante branco, tem dez quartos, quatro suítes, sete sanitários internos, três externos, além de construir uma horta, plantar um pomar, etc.

            Não estou contando isso aqui para me gabar e nem alguém pensar que sou rico. O dinheiro aplicado foi fruto de venda de férias, décimo terceiro, gratificações legais, cheque especial, venda de licença prêmio, além do que segurei os gastos com supérfluos, a fim de que o dinheiro se transformasse em areia, cimento, cal, pedra, madeira, saibro, mão de obra, etc. Bom que se diga não fiquei rico por absoluta opção pelo que é honesto na vida!

            Pois é, no começo de tudo era muita gente aqui na minha casa, onde estou agora neste momento, escrevendo essas besteiras. Houve carnavais, pra citar somente essas festas, que se alojaram sessenta pessoas com absoluta condição de dias legais, alegres e de convivência adorável.

            Ocorre que o povo foi se afastando, gente casando, partindo pra outras plagas, tendo suas próprias vidas, e isso é natural em quase todas as famílias. Agora, deixar de vir pra este recanto extraordinário para ir se hospedar em pousadas, pagando os olhos da cara, é simplesmente ser burro. Até uma casinha de alvenaria para as crianças brincar foi feita aqui neste meu mundo.

            É justamente aqui que os bem-te-vis me acordam quase todos os dias (quando eles notam minha presença) e eu fico assobiando, imitando as suas vozes... O bom de tudo é que eles respondem em cima da bucha, e quando eu paro de assobiar eles cobram imediatamente... que animaizinhos sabidos são esses! A minha felicidade mora aqui, com toda a certeza...

            Mas, espera aí, acabo de receber notícias de que dois filhos estão vindo pra cá... Não os chamei e nunca o faço, eis que os bons herdeiros se apresentam espontaneamente...

            Pra não perder o costume, gostaria de opinar no sentido de que o José Serra, por não ter sabido se desvencilhar da Dilma, no debate de ontem, perdeu pra ela, e mais uma vez não aproveitou as sugestões que a ele e a correligionários seus enviei... paciência....

 
Em revisão.
A foto é da nossa casa na praia.
O fotógrafo é muito ruim.

LUAMOR interagiu assim, muito grato.

12/10/2010 21h44min - Luamor:

Ansil tua crônica esta divina como de costume teu, Tua partilha é imensa, verdadeira. Intensa entrega sem limites, abrindo o coração, a alma, provando através dela a imensidão do seu coração e seu extremo bom gosto. Moras tu no paraíso e se diz homem triste, are baba, pelos anjos... Este título cabe revisão, kkk. Ahhh a vida é assim mesmo as pessoas mudam e se vão, mas tudo é feito de acordo com o nosso merecimento, os filhos como diz Gibran "Eles não são nossos apenas vieram através de nós, são do mundo." Se vc conseguiu fazê-los curtir um pouquinho desse paraíso em estrelas esses momentos serão transformados, Um até avisou q está indo para ai... Tá vendo. Aproveite do "seu elefante branco" vc merece, pq és humilde e generoso e isto basta e te resguarda. Bravos todos a ti, amei teu paraíso, o que me chamou mais atenção foi o mar... Amo o mar de paixão doida. Te Conto: Morava em casa térrea aqui mesmo em SP, era gde, tinha flores mtas, jardim... um lugar visado, depois de três assaltos, sendo q o último os ladrões queriam dólar alegando q foram mandado q sabiam q tinha, e se eu não desse iriam partir pra sequestro, cortar dedos e blabla... Por Deus não sofremos nada, mas a dor da alma ficou, gerando síndrome de pânicos, depressão, foi um terror, Hj moro em apartamento, Mas nada acontece por acaso, Hj de meu apartamento q é perto dum parque florestal com remanescentes da mata atlântica, ouço pássaros, e como moro no último andar a Lua toda noite vem se desabafar comigo, kkk O pôr-do-sol um filme, desce bem de frente pra minha sacada, Então aproveitei mto na minha casa e agora aproveito tudo no meu AP, pq aprendi q devemos viver cada momento como se nunca mais, como poetizou Vinicius... Bom e o mar, minha paixão, tb vou até ele e sinto-o em mim, sou viciada em mar, mas tb minha casa de veraneio é apartamento... Sou feliz assim, aprendi a aproveitar todos os momentos, Esse amor inexplicável por mar devo ao Poeta Neruda e sua fascinação pelo mar, continua...

Fui até o Chile para pisar na mesma terra de meu amado poeta Pablo Neruda, e conhecer o seu mar, Isla Negra. Entendi assim, q o mar é uma imensidão sem fim onde em cada gota de água está o tudo do tudo... Sem explicação, Tem q ter uma alma aberta para ele. Ele sabe. Mandarei uma foto pra ti por email eu no mar de Neruda, espero q gostes... Com carinho, tua fã Lua, PS PODE DELETAR A NOVELA DA LUA SE PREFERIR... Bjokita OBSREVAÇÂO: Não deixei claro Ansil os dólares q os ladrões queriam eu tb queria viu... kkk

Para o texto: CRÔNICA – Sou um homem triste...  (T2550229)


ansilgus
Enviado por ansilgus em 11/10/2010
Reeditado em 13/10/2010
Código do texto: T2550229
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