Sem motivo
A cidade boceja, entorpecida pelas luzes iniciantes, lúcidas , refrigeradas pelo orvalho.
Caminham pela avenida Paulista os alienados da primata madrugada.
Jamil acordou com o bocejo da fome, corroendo a lembrança de Fortaleza.
Mais um dia abortando o retorno...
O café teimoso, bem adoçado,pãozinho murcho, risadas no bar.
Os retardatários não se dão conta do peso, do fardo que amanhece por detrás do balcão.
Papéis amassados, rostos amarrotados pela falta do sono.
Jamil segue seu roteiro;uma bituca o espera , a cada passo.
O ônibus vocifera , com som estridente, impaciente e feroz.
É dia claro e ...
A Rosinha não veio!
GARDÊNIA SP 11/10/2010