Crônicas do Zé - Carnaval
Aaaa o carnaval, chegou o carnaval! E o Zé mora perto da praia, sabe o que isso significa? Que a casa do Zé praticamente vira uma micareta, é a festa o tempo todo! Todo mundo se diverte... Menos o Zé... O Zé é do tipo do cara que tira os feriados pra descansar, mas o povo que freqüenta a casa do Zé não tão nem aí pras vontades dele, coitado do Zé, após pegar um engarrafamento gigante na volta do trabalho pra casa ainda é obrigado a escutar os dvds de forró que fora comprado no camelô da rodoviária.
Zé nem esquenta tanto a cabeça, ele sabe que todo o feriado é igual: O povo levanta cedo, acorda ele com algazarra, comem tudo que ele ia comer no café da manhã e gastam todos os cosméticos do banheiro. A única coisa que resta é aquele sabonete cheio de areia, pois os “lazarentos” nem se dão o trabalho de tirar toda areia do corpo pra usar o sabonete.
Pior que a farra dos adultos, só as das crianças. Zé pensa em casar e ter filhos, mas não tem muita paciência com os priminhos que correm pela casa e ficam perto dele enquanto ele toca seu violão ou meche no seu computador.
_ “Você ta tocando violão?”.
_ “Não, to jantando!”.
_ “Mentiraaa você ta tocando violão!”.
_ “Se você sabe, não precisa perguntar!”.
Zé é do tipo antissocial, fica trancado no quarto pra evitar os comentários das tias:
_ “Nossa ele ta grande, bonito, deve ta namorador”.
Ou os comentários dos “jovens”:
_ “Vamo pra praia Zé, vááárias gatas lá, vamo pegar uma cor que tu ta branquelão”.
Ele procura fuga, mas se vai pra rua da de cara com um trio elétrico que ecoa o hino (?):
_ “Sou praieiro, sou guerreiro, sou solteiro, quero mais o queeee?”.
_ “Sabe o que eu quero? Eu quero sumir dessa muvuca!” (pensa o Zé).
Ele corre do trio elétrico, mas da de cara com um bloco, daqueles que os homens se vestem de mulher, sabe? Pobre Zé... É chamado de lindo, gostoso, etc... Por homens... Entre aspas, o Zé acha que esse bloco é pederastia contida que se libera uma vez por ano! (ou mais, dependendo do caso).
Depois de aturar forró em casa, axé na rua e tudo que ele mais odeia... Chega a quarta de cinzas... O Zé tem que trabalhar... E todo mundo na empresa vai ficar falando que ele se acabou na folia...
O Zé concorda em partes:
_ “Me acabei na folia? Acho que fui acabado pela folia alheia...”.