Natal feliz...
Cesta de natal.
Há um ponto comum em todos os seres vivos. Pelo menos aqui na nossa magnífica casa; que alguns chamam de castelo, outros de casebres, alguns de condomínios fechado. Tem até quem a chame de nave e que somos filhos das estrelas. E outros, a chamam carinhosamente de Planeta Terra.
Acredito que ninguém pode negar que ela é rica em provisões e dela, podemos tirar tudo que cada espécie ou raça precisa. Seja seres com estomago pequeno, médio ou grande. Todos podem segundo um conjunto de regras com base num sistema predador se fartarem do que há de melhor. A justiça é indiscutivelmente soberana, sobrevivem os mais fortes.
Ora, neste natal, como naqueles que já se foram e outros que estão por vir, todos sentaremos a mesa e comemoremos a fartura segundo nosso estomago.
Sim! Porque aquele que preenche o ditado popular “O pouco com Deus é muito”, ficará feliz se o papai Noel enviar-lhe uma cesta com uma banana ou com dúzias delas.
Outros com estômagos mais elásticos não se contentarão com apenas uma fruta, terão necessidade de fazer valer, o sentido de igualdade, de uma lei antiga: “Olho por olho, dente por dente”, ou seja;
Se o bom velhinho entrega cestas fartas para outras famílias, porque não para a minha?
Neste caso, o conflito esta instalado. E somente os mestres da economia, suporte técnico do papai Noel sabem a resposta?
Aqueles que têm um estômago enorme, onde cabe todo tipo de guloseimas, tais como;
Peru, Automóveis de Luxo, Jatinhos e um gordo bônus de final de ano se dividem em dois grupos: o primeiro tem cacife para bancar esta cesta e esta pouco se importando com a quantidade e o preço do petróleo que o papai Noel gasta para vir do pólo norte até a América do Sul para fazer suas entregas. Nem mesmo se ele já possui tecnologia para vir de foguete ou num trem bala no lugar de se utilizar do velho trenó e das meigas renas.
O segundo grupo. Sem cacife para uma cesta natalina com fartura.
Mas como experientes jogadores que são, arriscam!
Pedem ao papai Noel os mais caros presentes. Tudo de bom como dizem os jovens de hoje. Na esperança que nesta cesta o espírito natalino assuma um compromisso milagroso, prometendo que no próximo natal as coisas irão melhorar: e certamente na cesta do ano vindouro haverá uma quantia substancial em dinheiro, cujo superávit compensará: pagando os juros baixos que o bom velhinho de roupa de frio, vermelha e branca cobrará, por atender a fome deste enorme estomago.
Moral da estória; se o estomago é um órgão com uma capacidade cúbica limitada. Apropriado para sólidos e líquidos.
Porque preenchê-lo com ansiedade, oriunda de valores pessoais pouco elaborados. Valores tão discutíveis que fazem uma salada da definição de fome; que passa a incorporar denotativamente desejos nada singulares, como a posse de um bem que muitas vezes nem precisamos, ou pelo menos, que não é uma prioridade neste momento.
Parece que na sociedade a fome fisiológica se mistura com a fome da dominação, da posse e da vaidade. Será que nesta data não seria um bom momento para se pensar apenas na fome fisiológica?
Se o natal é confraternização: porque não colocar no estômago o suficiente apenas para conseguir a serenidade do corpo e, assim o espírito poder expressar o verdadeiro amor e carinho, que seguramente não se trata de valores agregado a nenhum ente material.
Talvez o papai Noel traga-me uma cesta de natal que eu consiga carregar sozinho, sem ter que pedir ajuda a ninguém...
E assim, estarei muito feliz em em paz neste Natal feliz...
Jaeder Wiler